O ex-vereador Orlando Bonilha, cassado por seu pares em maio de 2008, após assumir ter participado de um esquema de cobrança de propina na Câmara Municipal de Londrina para a aprovação de leis, está tentando na Justiça reverter sua cassação e, consequentemente, a suspensão de seus direitos políticos. Com a cassação dos direitos políticos, não se pode disputar cargos eletivos ou assumir cargos públicos.
O advogado de Bonilha, Ronaldo Neves, disse em entrevista à Rádio Paiquerê AM que não acredita que Bonilha possa recuperar o mandato, mas caso a decisão seja procedente, ele recuperaria seus direitos políticos. Também poderia se discutir judicialmente a reparação de danos morais a favor do ex-vereador.
Na apelação da sentença da 4ª Vara Cível, direcionada ao Tribunal de Justiça, Neves argumenta que houve nulidade da sessão de cassação. O primeiro motivo seria a participação do procurador-jurídico, que estaria impedido porque ainda não havia cumprido os três anos de quarentena após se aposentar do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça; outro seria a participação do vereador Roberto Kanashiro da comissão de investigação e da comissão processante; e o terceiro foi a falta de defensor dativo para Bonilha, que não compareceu à sessão.
"Foi um julgamento completamente viciado em que prevaleceu o espírito de corpo na Câmara, em que os vereadores votaram para se auto preservarem", criticou Ronaldo Neves. Bonilha, à época, chegou a dizer sobre o esquema de cobrança de propina que não era a "única batata podre da Câmara de Londrina".
"Não tenho muita esperança de uma decisão favorável no Tribunal de Justiça. Acho que está matéria acabará indo para o STF, Supremo Tribunal Federal", avaliou Ronaldo Neves.