O gerente jurídico da Telepar Brasil Telecom, Sérgio Vosgerau, disse que o Ministério Público fez uma avaliação "precipitada" em relação ao caso do grampo da ex-secretária de Administração Maria Elisa Paciornik.
O procurador-chefe da Promotoria de Investigações Criminais (PIC), Dartagnan Abilhôa, disse que a Telepar desmontou a escuta ilegal antes que polícia tivesse condições de fazer o flagrante e chegar ao responsável pelo grampo. "Nunca deixamos de colaborar com as investigações. Somos os maiores interessados na apuração da verdade", returcou Vosgerau.
Abilhôa acompanha as investigações da CPI da Telefonia da Assembléia Legislativa, que apura denúncias de escutas ilegais no Palácio Iguaçu e em comitês eleitorais. Para o procurador da PIC, agora será muito difícil chegar ao mandante.
O presidente da comissão, Tony Garcia (PPB), acredita que a situação da empresa está ficando cada vez mais complicada. Os deputados avaliam que a Telepar, após constatar grampo no telefone da ex-secretária da Administração, deveria ter comunicado a polícia.
O ex-funcionário da Telepar, Edgar Fontoura Filho, disse que o grampo de Maria Elisa foi feito dentro da empresa. Vosgerau rebate a informação. Segundo ele, foi detectada apenas "anormalidade técnica". "Era um fio paralelo e não um grampo", argumentou.
Vosgerau e Jamil Silvestre (técnico da Telepar) vão depor na terça-feira, às 9h30. Hoje serão ouvidos novamente os ex-funcionários da operadora, Jefferson Martins Storrer e Edgar Fontoura Filho. A CPI pretende ouvir também o ex-diretor da Telepar, João Luiz Rego Barros, o advogado José Maria do Nascimento e Marcos Batista, ex-diretor de Jornalismo do Canal 12.
Maria Elisa disse que a emissora de TV teria uma fita onde ela insinuava que o responsável pelo grampo seria o ex-secretário da Fazenda, Giovani Gionédis. A ex-secretária diz que não sabe quem foi o mandante do grampo.