A Câmara Municipal de Curitiba aprovou em votação única, na sessão desta segunda-feira (18), a criação da Frente Parlamentar Contra o Crack e Outras Drogas. O requerimento teve a adesão de 27 dos 38 vereadores. Para início dos trabalhos, será realizada reunião, ainda nesta semana, na Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude.
"O esporte e a cultura são as grandes armas contra as drogas", defende o vereador Valdemir Soares (PRB). Segundo ele, deve-se otimizar o calendário de eventos de Curitiba, como maratonas e a Marcha Para Jesus, para desenvolver ações de prevenção à dependência química. O parlamentar havia retirado proposição de sua autoria para instituir o grupo de trabalho. Sua proposta deu origem, na sessão do último dia 6, a intenso debate, que motivou a retirada do requerimento para aprimoração.
Por sugestão do líder do PSC, Mestre Pop, foram incluídas as outras drogas no nome da Frente Parlamentar. Ele também salientou a importância da qualificação de profissionais e voluntários que atuam no combate e prevenção ao uso das drogas. O líder do PPS, Helio Wirbiski, afirmou que o crack deve ser tratado como "problema de saúde pública". Já Zé Maria (PPS) considera essencial o período integral nas escolas, com atividades de pré-profissionalização, culturais e esportivas, que ofertem "bagagem para o jovem enfrentar a vida".
Noemia Rocha (PMDB), corregedora do Legislativo e líder da oposição, pediu o engajamento de todos os vereadores na luta contra o crack e outras drogas. Ela disse que há uma "dormência" do poder público, enquanto outros locais adotam, por exemplo, o internamento compulsório do dependente. A parlamentar ainda apontou uma "falha muito grande na estruturação da família". Já Cristiano Santos (PV) cobrou "atenção especial" às usuárias, que "muitas vezes partem para a prostituição".
Atuação - A proposta da Frente Parlamentar Contra o Crack e Outras Drogas é estabelecer a interlocução com os demais setores do governo e da sociedade civil, em todas as esferas, para a formulação de políticas públicas dirigidas ao combate às substâncias ilícitas, em especial o crack. A ideia é levar o debate para as comissões permanentes da Casa e promover atividades como campanhas, debates, reuniões, seminários, audiências e fóruns regionais.