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Câmara

De 20 deputados do GT das redes, 14 são contra criminalizar fake news

Lucas Pordeus León - Agência Brasil
07 jun 2024 às 14:18

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- Pixabay
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https://www.bonde.com.br/bondenews/politica/em-londrina-proibicao-de-criancas-na-parada-lgbtqia-vai-para-sancaoDos 20 deputados federais que integram o GT (grupo de trabalho) criado para definir regras para as redes sociais no Brasil, 14 votaram contra a criminalização das notícias falsas.


O grupo manteve, no último dia 28 de maio, o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao texto que punia, com até cinco anos de prisão, quem promovesse ou financiasse “campanha ou iniciativa para disseminar fatos que sabe inverídicos, e que sejam capazes de comprometer a higidez do processo eleitoral”.

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Dos integrantes do GT, comente quatro votaram para derrubar o veto e dois não votaram na sessão.

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O grupo foi criado na quarta-feira (5) e vai ter 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para apresentar um projeto que defina regras para atuação das plataformas digitais no Brasil.

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O cientista político da UnB (Universidade de Brasília) Luis Felipe Miguel avalia que a composição desse agrupamento ficou desfavorável àqueles que defendem regras mais firmes contra a desinformação e que pedem maior responsabilização das gigantes da tecnologia.


“É uma comissão completamente enviesada, a gente vê, simplesmente olhando para os nomes, que existe uma bancada das fake news fortemente representada. São parlamentares cuja carreira está extremamente vinculada a essa disseminação deliberada de inverdades”, afirmou.

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Segundo o especialista, uma grande parte da elite parlamentar brasileira depende “massivamente da possibilidade de contar mentiras em público impunemente”.


Conforme a assessoria da Presidência da Câmara, a composição desses grupos de trabalho sempre é resultado de entendimentos entre os líderes partidários.

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O GT criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) substituiu a tramitação do PL 2.630/2020, conhecido como PL das Fake News, que estava sob a relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). De acordo com Lira, esse PL estava “contaminado” pela discussão ideológica e seria preciso começar o debate do zero.


Em 2023, a Câmara tentou votar o PL 2.630, entretanto, Lira preferiu retirar o projeto da pauta devido à falta de acordo entre os parlamentares. Na época, o presidente da Câmara atribuiu a falta de acordo à ação das big techs, que são as multinacionais que controlam as redes sociais.

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Para o cientista político Luis Felipe Miguel, a suspensão da tramitação do projeto foi um retrocesso. “Com a tentativa de golpe contra o presidente Lula [em 8 de janeiro de 2023], o Arthur Lira estava fazendo uma encenação de que pretendia encaminhar alguma coisa para tentar transformar o debate virtual no Brasil em algo menos parecido com um espaço regido pela lei da selva”, pontuou.


No entanto, ainda conforme o cientista, o debate foi “atropelado por uma campanha de desinformação orquestrada pelas grandes empresas das plataformas sociodigitais, as big techs, junto com a extrema direita". "E acabou que o PL foi arquivado”.

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Os parlamentares contrários à criação de regras e responsabilização das redes sociais no Brasil argumentam que a medida representaria um risco à liberdade de expressão e teria a possibilidade de gerar uma perseguição na internet.  Quem defende regra para as redes sociais afirma que elas são necessárias para inibir os crimes cometidos on-line.


Proporcionalidade

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A distribuição das comissões permanentes da casa e a composição dos GTs tendem a respeitar a proporcionalidade entre o tamanho de cada bancada, ou bloco partidário, bem como o número de integrantes que eles têm em cada comissão ou grupo. No caso do GT das redes sociais, a proporcionalidade ficou semelhante, na maioria dos casos, variando um pouco a depender do bloco ou partido.


O bloco formado pelo União Brasil/PP/PSDB/Cidadania/Solidariedade/PDT/Avante/PRD tem 31% das cadeiras da Casa, e ficou com 35% dos lugares no GT das redes, com sete parlamentares.


O bloco MDB/PSD/Republicanos/Podemos, que tem 28% das cadeiras da Câmara, ficou com 25% das vagas no GT, com cinco deputados. O PL tem 18% das cadeiras e ficou com 15% das vagas do GT.  O partido Novo, com apenas 0,5% das cadeiras da Casa, teve uma vaga no GT, o que representa 5% do total.


Já o bloco PT/PCdoB/PV, que tem 15% das cadeiras da Câmara, ficou com 10% das vagas. O PSOL/Rede, que tem 2,7% das cadeiras, ficou com uma vaga no GT, o que representa 5% do total do grupo de trabalho. O PSB, que também só conta com 2,7% das cadeiras, ficou com uma vaga no GT.


Veja a lista dos deputados que compõem o colegiado:


■ Ana Paula Leão (PP-MG)

■ Fausto Pinato (PP-SP)

■ Júlio Lopes (PP-RJ)

■ Eli Borges (PL-TO)

■ Gustavo Gayer (PL-GO)

■ Filipe Barros (PL-PR)

■ Glaustin da Fokus (Podemos-GO)

■ Maurício Marcon (Podemos-RS)

■ Jilmar Tatto (PT-SP)

■ Orlando Silva (PCdoB-SP)

■ Simone Marquetto (MDB-SP)

■ Márcio Marinho (Republicanos-BA)

■ Afonso Motta (PDT-RS)

■ Delegada Katarina (PSD-SE)

■ Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ)

■ Lídice da Mata (PSB-BA)

■ Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE)

■ Marcel Van Hattem (NOVO-RS)

■ Pedro Aihara (PRD-MG)

■ Erika Hilton (PSOL-SP)


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