O Fórum Popular Contra a Venda da Copel resolveu "zerar" os placares sobre a posição de cada deputado estadual a respeito da privatização da Copel. Todos os 80 placares que existem no Estado ficarão em branco até dia 11 de junho. Essa medida foi tomada para dar oportunidade aos deputados que ainda defendem a venda da estatal mudar de posição. O primeiro placar do Fórum, instalado na Boca Maldita, em Curitiba, teve os votos dos parlamentares apagados ontem de manhã.
"No dia 11 de junho teremos a grande marcha em defesa da Copel, quando será protocolado o projeto de iniciativa popular contra a privatização, e convidaremos todos os 54 deputados a também assinarem a proposta", explicou o coordernador do Fórum, Nelton Friedrich. "Aqueles que não subscreverem o projeto de iniciativa popular estarão contrariando a vontade de seus eleitores e voltarão para o painel como apoiadores da venda da Copel, os que assinarem a proposta ficarão no grupo dos contrários à privatização". A marcha contra venda da Copel pretende reunir mais de 50 mil pessoas em Curitiba na tarde do dia 11, para a entrega do projeto ao presidente da Assembléia Legislativa, O deputado estadual Hermas Brandão (PTB).
Até ontem o placar da posição dos deputados sobre a venda da Copel assinalava a posição de cada parlamentar com respeito aos três projetos de lei que tramitavam na Assembléia e impediam a privatização. Como todas as propostas foram arquivadas para serem substituídas pelo projeto de iniciativa popular, o Fórum resolveu modificar a forma de avaliação dos deputados. "Agora o que importa é a posição de cada um deles com respeito ao projeto de iniciativa popular e não às propostas anteriores", diz Friedrich.
De acordo com o coordenador do Fórum, o projeto de iniciativa popular já possui o número mínimo de assinaturas exigido pela lei para começar a tramitar na Assembléia. São 63 mil assinaturas de eleitores paranaenses distribuídas em pelo menos 1% do eleitorado de 50 municípios do Estado. "Na segunda-feira (28) nós já tínhamos alcançado esse número, mas continuaremos recolhendo assinaturas até 11 de junho", diz.
O Fórum antecipou o recolhimento das assinaturas porque a liderança do governo na Assembléia ameaçou apresentar uma proposta de modificação do regimento interno para dificultar a apresentação de projetos de iniciativa popular. Se a medida fosse mantida, o Fórum teria protocolado o projeto na terça-feira, dia 9. Mas, como o governo recuou na mudança do regimento, os organizadores do Movimento resolveram manter a data de 11 de junho.
Esse será o primeiro projeto de lei de iniciativa popular da história do Paraná. Com a assinatura de 1% do eleitorado estadual, o Fórum pretende fazer com que os deputados aprovem a lei que impede o Governo do Estado de vender as ações que possui como sócio majoritário da Copel.