Política

Entrega-se tenente suspeito de atentado à PIC

18 jan 2001 às 20:35

O segundo tenente da Polícia Militar Alberto Silva Santos caiu em contradição durante depoimento prestado na Divisão de Narcóticos (Dinarc), em Curitiba, sobre o incêndio criminoso na Promotoria de Investigações Criminais (PIC). Depois de ficar desaparecido por seis dias, Santos se entregou na madrugada desta quinta-feira e negou seu envolvimento no atentado. Ele teve a prisão temporária decretada. O delegado-chefe da Dinarc, Adauto Abreu de Oliveira, considerou "frágil" a versão do policial.

Na próxima segunda-feira, Adauto vai encaminhar à Central de Inquéritos os pedidos de prisão preventiva de Santos e do policial civil Edson Clementino da Silva, o Lambe-Lambe, que também está preso temporariamente. O delegado não tem dúvidas da participação dos dois no incêndio. Um dos indícios são os telefones celulares deles, que receberam chamadas na madrugada de 29 de dezembro, quando o atentado aconteceu.


Num dos trechos do interrogatório, Adauto perguntou a Santos se ele havia conversado com Lambe-Lambe depois do atentado. O tenente respondeu que não se lembrava. O delegado lembrou que, quatro dias depois do incêndio, policiais envolvidos na investigação conseguiram filmar uma conversa entre Lambe-Lambe e o tenente na lanchonete X-Picanha, de propriedade do policial civil Mauro Canuto, que está preso e é outro suspeito de ter envolvimento no caso.


Tanto Lambe-Lambe, como Santos, afirmaram que se encontravam em boates de Curìtiba na madrugada do atentado. O delegado-chefe da Dinarc considerou que "estes álibis são inconsistentes". "O depoimento do Edson Clementino está desmontado, mesmo porque numa versão original, feita em depoimento, ele contou uma história. Quando foi para depor nos autos, ele mudou a história, mudou horários, pessoas e se complicou mais ainda", afirmou Adauto.

Santos disse que viajou para o Mato Grosso no dia 5 de janeiro para passar as férias. Relatou que ficou sabendo que estava sendo procurado pela tevê. O carro usado no atentado seria um Gol de cor branca, de propriedade do tenente. Ele declarou que seu carro teve problemas mecânicos e teve que ser levado para reparos numa oficina, em Campo Grande (MS). Adauto disse que ele não conseguiu se lembrar do nome da oficina e do nome completo do "amigo" que se encarregou de levar o carro para o conserto.


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