No primeiro ato de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba, a memória da prisão do petista na capital paranaense marcou os discursos, neste sábado (17), em um clima de triunfo entre os militantes.
O evento ocupou quatro quadras na Boca Maldita, no centro da cidade, e teve forte esquema de segurança. Todos os participantes passaram por revista e as ruas laterais foram fechadas para o trânsito.
Ao final do discurso, com seguranças em seu entorno, Lula desceu para cumprimentar o público.
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"Tem gente que pensa que eu fiquei com ódio de Curitiba, porque eu fiquei preso aqui. Se vocês soubessem, a cadeia me fez aprender a amar Curitiba, porque foi ali na cadeia que eu conheci a Janja e foi aqui que nós decidimos nos casar. Tenho muito carinho por homens e mulheres dessa cidade, desse estado, que ficaram 580 dias pedindo a minha liberdade."
Em uma fala crítica à Lava Jato, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o comício simbolizava a redenção de Lula.
"Esse é o seu retorno a Curitiba no braço do povo. É a redenção, a vitória da nossa luta sob 580 dias de injustiça sobre a sua perseguição. Curitiba te recebe com o povo nesse local que é o local em que nós sempre fizemos política, lutamos pela democracia e vencemos aqui tantas vezes", disse.
Gleisi também atacou a candidatura do ex-juiz Sergio Moro, que disputa o Senado pelo Paraná. "Curitiba não é uma república. Nunca foi. E é essa capital do Paraná que vai dar a maior derrota para Sergio Moro. Nós temos um compromisso aqui com a Rosane [candidata do PT ao Senado]. O compromisso aqui é de derrotar Sergio Moro nas urnas. Não será senador do Paraná. Não será!"
A referência à prisão também marcou o tom de abertura da fala da ex-presidente Dilma Rousseff, que relembrou a saudação que militantes faziam ao ex-presidente no período de prisão.
"Agora é a vez da gente dizer bom dia, Curitiba, porque vocês disseram 'bom dia, presidente Lula' e todo o Brasil escutava este som de liberdade que saía aqui de Curitiba", disse.
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Discurso de Lula
Lula discursou logo após uma fala repleta de afagos de Roberto Requião, candidato do PT ao Governo do Paraná, já governado por ele por três vezes.
O presidenciável destacou políticas de seus governos para a educação, chamando atenção para a redução do aprendizado na educação básica durante a pandemia, conforme dados do Ideb divulgados nesta sexta-feira (16).
Assim como havia acontecido na véspera, no ato em Porto Alegre, acenos para as mulheres, decisivas para a vitória nas urnas, se repetiram no palanque, assim como os apelos para que a militância do partido se engaje para obter a vitória no primeiro turno.
Bolsonaro enfrenta rejeição das mulheres. Entre elas, Lula tem 46% das intenções de voto, enquanto o presidente registra 29%, conforme pesquisa Datafolha divulgada na quinta (15).