Os agenciadores financeiros Odilon Cândido Bacellar Netto e Altemir Antônio Castelli foram presos ontem, em Belo Horizonte e Foz do Iguaçu (PR), respectivamente, por suspeita de envolvimento em fraudes em operações de câmbio e lavagem de dinheiro em agências do Banestado de Foz do Iguaçu, por intermédio de contas CC-5 (de não-residentes no país).
As prisões foram realizadas por agentes da Polícia Federal, a mando da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada nos processos de lavagem de dinheiro. Os dois serão transferidos para prisões em Curitiba, também por determinação da Justiça.
Bacellar Netto e Castelli foram presos em consequência de denúncias da força-tarefa do Ministério Público Federal, que tenta concluir os processos sobre o escândalo de lavagem de dinheiro pela agência do Banestado de Nova York, emperrados há mais de cinco anos.
Segundo investigação dos procuradores, Bacellar Neto teria movimentado R$ 4,85 milhões diretamente numa agência do Banestado de Foz do Iguaçu, valendo-se de "laranjas" aliciados para mascarar a lavagem de dinheiro. Ele também é acusado de movimentar contas de outros clientes em Belo Horizonte e de ter relação direta com o doleiro Alberto Youssef, de Londrina (PR).
Segundo a acusação, Bacellar operava com o banco paraguaio Plus S/A - Inversión y Fomento, nas remessas do dinheiro para o exterior.
Quanto a Castelli, ele teria realizado sete depósitos na conta CC-5 do Banco Plus, no valor de R$ 452,6 mil, transferidos depois para a conta CC-5 do IFE Banco Rural, do Uruguai.
Segundo o processo, Castelli também teria aliciado "laranjas" para movimentar R$ 16,6 milhões em bancos do Paraguai.
Os réus ainda não apelaram das acusações, e a Agência Folha não conseguiu contatar seus advogados.
Informações Folha Online