As denúncias envolvendo contratos de publicidade oficial suspeitos e nepotismo na Câmara Municipal de Curitiba despertaram a revolta de organizações populares. Representantes de sindicatos filiados à CUT, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos de oposição estiveram reunidos para debater ações concretas para combater a onda de corrupção na Legislativo.
O Tribunal de Contas do Paraná investiga irregularidades os contratos feitos pelo Poder Legislativo Municipal em 2006 com duas agências de publicidade da capital, que, inicialmente, eram de R$ 5,2 milhões. A empresa é da mulher do presidente João Claudio Derosso (PSDB). Na gestão dele foram assinados dois aditivos contratuais e os gastos com publicidade saltaram para R$ 30,1 milhões. Outra denúncia aponta que Cláudia Queiroz Guedes, mulher de Derosso e dona da agência Oficina da Notícia Ltda. era funcionária comissionada da Câmara quando participou e venceu a licitação.
A contratação da agência da esposa de Derosso viola a Lei de Licitações (n.º 8.666/93). "Não poderá participar direta ou indiretamente da licitação servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação", diz trecho da legislação.
Diante dos escândalos, os movimento sociais, sindicais e partidos de oposição resolveram partir para o embate. Na reunião desta quarta-feira, ficou decidido que haverá uma série de ações em Curitiba para pressionar pela investigação dos acusados e, confirmadas as irregularidades, a punição.