O primeiro impasse entre a equipe de transição do prefeito eleito Tiago Amaral (PSD) e a gestão do prefeito Marcelo Belinati (PP) ocorreu na última terça-feira (19), quando membros da transição articularam para adiar a votação em segundo turno do PL (Projeto de Lei) n° 176/2024, que pode viabilizar uma sede na avenida Waldemar Spranger, na zona sul, para a Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) e o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina).
O coordenador da equipe de Amaral, Gerson Guariente, afirma à FOLHA que o pedido foi para analisar com mais calma o projeto de lei. A gestão Belinati pretende trocar um terreno de 3 mil metros quadrados do município, avaliado em R$ 9,4 milhões, por um de mil metros quadrados e mais 2 mil metros quadrados de área construída, com valor de R$ 8,8 milhões. A diferença de cerca de R$ 600 mil será paga pelo proprietário ao município.
“O que pedimos foi um prazo para entender direito, até porque seria uma decisão muito afobada descartar [o projeto da nova sede sem estudá-lo]. Temos que olhar quais foram as razões, existem com certeza vantagens que serão apresentadas”, diz Guariente, que cita ainda a análise “dentro da responsabilidade que cabe ao governo que vai assumir”.
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O coordenador ressalta que a Comissão Permanente de Avaliação de Imóveis e Preços Públicos, órgão responsável por estimular quanto vale cada imóvel, “é muito competente” e que a questão dos valores, em um primeiro momento, não é uma dificuldade. “É uma questão estratégica [da próxima gestão].”
CAVAZOTTI DEFENDE APROVAÇÃO
O presidente da Codel, Fábio Cavazotti, conversou com membros da equipe da transição na terça-feira e defendeu o projeto. À FOLHA, ele negou que haja “rusgas” na transição e afirmou que adiar a votação do projeto é prejudicial para o desenvolvimento de Londrina.
“Eu não consegui entender o que eles querem avaliar melhor. É um processo perfeitamente instruído, que vai dotar o Ippul e a Codel de sede própria. Se não votar, pode perder o laudo de avaliação, pode ter que voltar para trás e perder esse processo”, defendeu na terça.
Guariente aponta que, após receber as informações, a equipe de transição vai tentar "ajustar com a gestão qual é o melhor caminho”.
O líder do Executivo na Câmara, vereador Eduardo Tominaga (PP), pediu a retirada de pauta do projeto por três sessões. Ele entendeu ser arriscado votar o projeto, que depende de pelo menos 13 votos, em um cenário de dúvidas dos vereadores. A tendência é que ele seja analisado pelo plenário no dia 28 de novembro.
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