A CPI que apura irregularidades na Copel deverá votar nesta quinta-feira um ofício solicitando à Polícia Federal, em Londrina, documentos sobre a negociação de 45% de ações da empresa de telefonia londrinense Sercomtel com a Copel.
O interesse pela investigação da PF surgiu após o anúncio do delegado Sandro Roberto Vianna dos Santos de que foram juntados todos os documentos referentes à negociação realizada em maio de 1998 e que envolveu R$ 186 milhões.
''São mais de 80 volumes de documentos dos bancos envolvidos no empréstimo, da prefeitura, do Tribunal de Contas, da Sercomtel e da Receita Federal'', contabilizou Santos.
Segundo o delegado, foram reunidos documentos sobre o empréstimo feito pela Prefeitura de Londrina em 1996, no valor de R$ 22 milhões, junto ao Banco FonteCindan e Sudameris.
Conforme as investigações, o empréstimo foi pago pela Copel, como parte da negociação com a Sercomtel, em um total de R$ 47 milhões.
''Parte desse dinheiro (R$ 47 milhões) foi remetido para bancos no Uruguai. Na documentação da RF, havia indícios que os bancos Sudameris e FonteCindan negociaram o envio desse dinheiro para o Uruguai antes mesmo de receberem o pagamento. Com isso, supõem-se que houve irregularidades.''
Apesar de obter agora toda a documentação sobre a venda da Sercomtel para a Copel, o delegado disse que as conclusões da investigação somente serão alcançadas após a perícia contábil.
Os documentos deverão ser encaminhados em breve para Brasília.