O Fórum Popular Contra a Venda da Copel chegou a Londrina, dando início a uma série de vigílias nas casas dos deputados estaduais favoráveis à venda da Copel. A meta é pressionar os parlamentares para que eles mudem de posição e votem a favor do projeto popular que impede a privatização da estatal de energia.
O movimento fez concentração na Praça do Ribeirão das Pombas (zona Leste), em frete ao prédio da Copel. A primeira "visita" estava programada para começar em frente à casa do deputado Moysés Leônidas (PSB), à noite. Leônidas adiantou que receberia bem os integrantes do fórum - que prometeram levar velas acesas e fazer apitaço -, e que ainda não decidiu como vai votar.
O próximo seria o deputado Antonio Carlos Belinati (PSL), filho do ex-prefeito cassado Antonio Belinati (sem partido) e da vice-governadora, Emília Belinati (PTB). O deputado avisou que já tinha compromissos agendados em Curitiba e, portanto, não estará em Londrina. Antonio Carlos é contado como voto favorável à venda pela liderança do governo na Assembléia Legislativa, mas o deputado afirma que pode rever sua posição.
As lideranças do fórum saíram de Curitiba por volta das 14 horas, em cerca de dez carros. Eles ficaram concentrados desde as 13 horas, em frente ao Palácio Iguaçu e à Assembléia.
A agenda de hoje prevê saída de Londrina ao meio-dia, em direção a Jandaia do Sul. A vigília será na casa do deputado Miltinho Puppio (PSC). O próximo município é Maringá -onde moram Ricardo Maia (PSB), Serafina Carrilho (PL) e Divanir Braz Palma (PST), seguido de Cianorte (Edno Guimarães, PSL), Umuarama (Nelson Garcia, PFL) e Campo Mourão (Nelson Tureck, PFL). A região Oeste será a próxima a receber a caravana do fórum.
O coordenador executivo do fórum, Nelton Friedrich, puxou ontem a caravana. "O objetivo é despertar a população, porque quem vai decidir o futuro da Copel é seu deputado, é a pessoa que recebeu seu voto", declarou. As cerca de 400 entidades e câmaras municipais que integram o fórum entendem que a energia é estratégica e não deve sair das mãos do Estado, principalmente com a crise energética. A bancada de oposição alega que o governo quer usar os recursos para cobrir rombos de caixa.
O governo Jaime Lerner (PFL) alega que o motivo da privatização é a necessidade de acabar com o déficit previdenciário, próximo a R$ 100 milhões mensais. O secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, admite que a medida é impopular, mas afirma que o governador não vai recuar no projeto de vender a empresa em bloco único, em outubro.
O projeto de iniciativa popular está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e pode ser votado até o dia 15 de agosto. A oposição calcula ter 24 votos, e a situação diz ter 31.