O advogado Fábio Rodrigo Turetta, que havia sido escolhido pelo prefeito eleito Tiago Amaral (PSD) para a PGM (Procuradoria-Geral do Município), não assumirá o cargo. A FOLHA mostrou em reportagem nesta segunda-feira (30) que Turetta responde a um processo por estelionato. A vítima seria uma empresa varejista e o crime teria ocorrido entre 2011 e 2012.
A reportagem ouviu com exclusividade Turetta, que negou as irregularidades e disse estar apto para assumir o cargo de procurador-geral do município, uma posição considerada central dentro da administração pública.
Em uma publicação em suas redes sociais nesta segunda-feira, o advogado alegou compromissos profissionais para não assumir a função a partir de 1° de janeiro. “Infelizmente, a dedicação exclusiva que o cargo exige me impede de aceitá-lo, pois inviabilizaria minha atividade na advocacia”, escreveu em suas redes sociais.
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A equipe de Amaral disse que Turetta comunicou o prefeito eleito nesta segunda-feira e citou "motivos particulares" para recusar o cargo. “Agradeceu ao convite e disse que continuará apoiando a gestão”, pontuou.
Entenda
A denúncia do MPPR (Ministério Público do Paraná), apresentada em 2019, alega que Turetta, à época responsável pelo setor de importações da empresa, teria solicitado “vários pagamentos indevidos, ou seja, sem que houvesse a efetiva contraprestação em mercadorias ou serviços”. O prejuízo seria superior a R$ 7 milhões, segundo auditoria interna da empresa citada na denúncia do MP. Outras pessoas também se tornaram réus no processo, que ainda não teve nenhuma condenação.
“Essa empresa quis se lançar no mercado internacional e eu prestei assessoria durante um ano para esse processo de compras internacionais. Esse é um procedimento que, como qualquer negócio internacional, envolve determinado nível de risco. Nós começamos a realizar compras de determinados produtos em determinados países, para que a empresa pudesse se desenvolver”, afirmou Turetta à FOLHA.
“A empresa se sentiu no direito de mover uma ação, fazer uma denúncia, o inquérito durou dez anos e foi trancado por falta de provas. Durante dez anos, a equipe que investigou procurou provas e não encontrou”, relatou. “Mesmo assim, em uma situação bastante peculiar, foi reaberto e foi feita a denúncia. Esse processo está correndo há cinco anos e até hoje não ocorreu nem a primeira audiência.”
Ele ressaltou que, na sua avaliação, o fato de estar respondendo ao processo não inviabilizaria sua atuação como procurador-geral.
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