Réu sob a acusação dos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso para a obtenção de empréstimos bancários, Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou em rede social ter trocado o Rio de Janeiro, reduto eleitoral de sua família, por Santa Catarina porque a população do estado onde vive atualmente é trabalhadora e honesta.
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Em vídeo publicado em seu Instagram, Jair Renan, que se filiou ao PL para ser candidato à Câmara Municipal em Balneário Camboriú, fazia críticas à esquerda e ao vereador Eduardo Zanatta (PT).
"Sabe por que eles falam tão mal de Santa Catarina? Porque somos um povo trabalhador, honesto. Por isso é que eu saí do Rio de Janeiro e vim pra cá", justificou Jair Renan.
Em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer não ter certeza sobre a inocência do filho 04 diante de investigações e jogou a responsabilidade em sua ex-mulher, a mãe de Jair Renan. Afirmou que o filho estava longe dele "há muito tempo" e que não sabia se ela estava certo ou errado.
Na segunda-feira (25), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal tornou réu Jair Renan devido à obtenção de empréstimos bancários em nome de uma empresa de eventos.
A denúncia do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) foi recebida pela 5ª Vara Federal do TJDFT.
O advogado Admar Gonzaga, que defende Jair Renan, afirmou que ele foi vítima de um golpe montado por uma pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça. De acordo com ele, tudo ficará esclarecido no curso do processo, no qual a defesa apresentará provas e fundamentos a respeito.
A denúncia se baseou em investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, que indiciou Renan e outros suspeitos no início deste ano.
Segundo o MPDFT, a empresa de Renan, a RB Eventos e Mídia, apresentou números falsos, que indicavam faturamento da empresa no valor de R$ 4,6 milhões entre 2021 a 2022, a uma instituição financeira para lastrear os empréstimos.
A investigação aponta que foram formalizadas três transações em nome da RB. A primeira foi de cerca de R$ 157 mil, a segunda de R$ 250 mil e a terceira de R$ 291 mil.
De acordo com investigadores, Renan teria usado parte dos valores levantados com essas operações financeiras para pagar faturas de cartões de crédito da empresa.
Os suspeitos teriam forjado informações empresariais, incluindo a suposta maquiagem no faturamento da empresa, usando dados de contadores sem o consentimento destes profissionais.