A vereadora Aline dos Santos Macedo (PSC), de Cambira (PR), foi presa pela Polícia Civil do Paraná, nesta terça-feira (23), apontada como chefe de uma organização criminosa que lavava dinheiro do tráfico de drogas.
Leia mais:
Homem denunciado por estupro contra adolescente de Cornélio é preso no Amapá
Homem é preso com peixes e patas de capivara em Operação Piracema em Jaboti
Adolescente de 17 anos é encontrado morto a tiros em plantação de Sertanópolis
Dono de veículo ligado à explosão em Brasília foi candidato pelo PL em Rio do Sul
A facção era chefiada por ela e pelo marido, segundo a Polícia Civil. Ele também foi preso preventivamente.
Outros quatro suspeitos foram presos na operação. Entre eles está uma advogada e supostos laranjas do esquema.
A Polícia Civil estima que mais de R$ 20 milhões de origem ilícita foram movimentados pela organização ao longo de oito anos.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão. Foram levados dois veículos de alto padrão, R$ 15 mil em espécie, nove celulares, documentos, uma arma de fogo, uma máquina de contar dinheiro e máquinas de cartão em nome de terceiros.
Também foi determinado o sequestro de imóveis, que inclui um apartamento de R$ 2 milhões. Os suspeitos ainda tiveram bens, valores em contas bancárias e aplicações financeiras bloqueadas.
A ação aconteceu simultaneamente nos municípios de Apucarana, Londrina, Cambira, São João do Ivaí e Borrazópolis.
O presidente da Câmara de Cambira, Rodrigo Rodrigues (MDB), disse que recebeu a prisão com "surpresa". Por meio de nota divulgada pela Casa nesta quarta-feira (24), o parlamentar também diz que a Câmara ainda não havia sido notificada oficialmente.
A reportagem tenta contato com a vereadora. Se houver resposta, o texto será atualizado.
ENTENDA O ESQUEMA
As investigações, iniciadas em março do ano passado, apontam que a facção utilizava várias formas para lavar o dinheiro.
Segundo o delegado Ricardo Casanova, o principal meio era a compra de estabelecimentos comerciais, como postos de combustíveis em Apucarana, São João do Ivaí e Borrazópolis.
Casanova afirmou que "praticamente todos os valores que entravam na conta dessas pessoas não tinham a origem comprovada". "Circulavam milhões de reais enquanto eles declaravam ganhos de R$ 14 mil a R$ 30 mil anuais".
Os suspeitos deverão responder pelos crimes de associação criminosa e de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a mais de dez anos de prisão. A investigação segue para apurar outros fatos e identificar mais possíveis envolvidos.