Polícia

Troca de tiros em agência do BB causa pânico em Londrina

11 fev 2003 às 19:41

Mais de 50 clientes da agência central do Banco do Brasil em Londrina, localizada no Calçadão, ficaram reféns por 15 minutos de um assaltante em fuga na tarde desta terça-feira. Gabriel Ferreira dos Santos, 28 anos, tomou a arma de um sargento da Polícia Militar e tentou se esconder no banco. A agência rapidamente foi cercada por policiais e Santos, na troca de tiros, foi atingido por nove disparos. Além dele, outras quatro pessoas saíram feridas.

Segundo relato do sargento da PM, Francisco da Silva, Santos o rendeu em frente ao número 473 do Calçadão. O policial contou que o rapaz encostou uma arma em sua nuca. ''Eu saí de lado, peguei no cano do revólver e entramos em luta corporal. Ele pegou minha arma, deu dois tiros e saiu correndo.'' Os projéteis passaram por cima do ombro do policial e uma das balas atingiu a parede de uma loja de tecidos.


Empunhando as duas armas, Santos tentou fugir correndo e abandonou sua mochila no Calçadão. Dentro da bolsa, foram encontradas algumas peças de roupa, uma rede, objetos pessoais e uma bíblia. Na quadra seguinte, o fugitivo se deparou com uma viatura do Pelotão de Choque que vinha em sentido contrário e decidiu invadir a agência do Banco do Brasil, que estava repleta de clientes. Ele entrou atirando, rendeu um vigilante e roubou a terceira arma. Tentou passar pela porta giratória mas não conseguiu. Ele voltou e fez reféns mais de 50 clientes que aguardavam nas filas dos terminais eletrônicos de atendimento.


Policiais militares rapidamente cercaram a agência e começaram a trocar tiros com o fugitivo. Três partes da vidraça do banco foram estilhaçadas pelos disparos. Centenas de pessoas que passavam pelo local foram surpreendidas pela troca de tiros e entraram em pânico, correndo apavoradas em todas as direções.


Testemunhas que estavam na agência disseram que o assaltante gritava para que os policiais jogassem as armas no chão. Mesmo assim, ele continuava atirando. O sargento do Pelotão de Choque, Marcos Johas, declarou que seus homens não tiveram chances para negociar com o fugitivo. ''Tentamos iniciar uma negociação mas ele estava ensandecido'', completou. De acordo com o sargento, um de seus homens se posicionou e esperou o melhor momento. Quando Santos teve um momento de distração e se afastou de um grupo de reféns, o policial disparou, acertando nove tiros no fugitivo. Todos os reféns foram liberados.


Seguindo uma determinação do comando, os tiros acertaram as pernas e o punho esquerdo de Santos. Ele teve fratura exposta do fêmur e, até o fechamento desta edição, passava por cirurgia na Santa Casa mas não corria risco de morte. Outras quatro pessoas saíram feridas sem gravidade. Todos foram liberados após receber atendimento médico.


O delegado-adjunto da 10ª Subdivisão Policial, Jorge Barbosa, tentou interrogar o assaltante no hospital, mas ele nada declarou. Santos é natural de Carinhanha, município baiano que faz divisa com Minas Gerais. Ainda estava sendo apurado se ele tinha antecedentes criminais.

A superintendência do Banco do Brasil não se pronunciou. A agência ficou fechada para o público durante algumas horas.


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