O novo secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta quarta-feira que a integração das forças policiais, por meio da troca de informações e do compartilhamento dos serviços de inteligência, é a grande arma para o combate ao crime organizado no país. Corrêa foi empossado pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em substituição ao antropólogo Luiz Eduardo Soares.
"É juntando esforços, somando as capacidades e ao mesmo tempo, unindo as forças, que nós, trazendo gente de outras polícias, vamos transferir o conhecimento e prevenir ações em outros estados no futuro", ressaltou o novo secretário, delegado da Polícia Federal.
Com a escolha de Corrêa, o ministro quer dar um perfil mais operacional à secretaria. Uma das metas do secretário é colocar em funcionamento um Gabinete de Gestão Integrada em cada um dos estados que aderirem ao sistema Único de Segurança Pública (Susp). Com exceção de Pernambuco, todas as outras unidades federativas já fazem parte do sistema.
Corrêa foi o coordenador do grupo de inteligência da Polícia Federal, integrante da força-tarefa que reúne as polícias do Rio de Janeiro, criada com o objetivo de investigar e combater o crime organizado no estado. Segundo ele, esse trabalho é embrião de um modelo a ser estendido aos demais estados.
Durante a posse, o ministro anunciou a criação do primeiro Gabinete Regional de Gestão Integrada, que vai reunir representantes do sistema de segurança dos estados da região sudeste.
O ministro voltou a defender a adoção de uma série de medidas para desmontar a "linha de produção da criminalidade", que passa por mudanças no Judiciário, no sistema penitenciário e na polícia.
"Se a gente tivesse um tiro de canhão nós já teriamos usado, se a gente tivesse um remédio que resolvesse de vez o problema da violência, nós já teríamos ministrado. O fato é que não existe uma ação só, são muitas ações que estão sendo feitas há muito tempo pelo governo federal e pelos governos estaduais", observou o ministro.
Ele disse estar confiante no trabalho articulado entre as forças policiais. "Nunca se teve uma integração das forças de segurança no país inteiro. É uma integração estimulada, induzida pelo governo federal e que tem respostas cada vez mais positivas e assertivas", destacou.