A rebelião na Delegacia de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), terminou por volta das 23h30 desta quinta-feira (9), após pouco mais de cinco horas de negociações. Ao menos três policiais - um civil e um militar - e um preso ficaram feridos. De acordo com a Polícia Civil, 15 detentos fugiram, sendo que oito já foram recapturados. O local, com capacidade para aproximadamente 30 pessoas, abrigava 104 no momento do incidente.
Segundo o chefe da Divisão Policial Metropolitana, Agenor Salgado Filho, depois de encerrado o confronto, um outro preso teve uma crise epiléptica e veio a óbito. O Instituto Médico Legal (IML) esteve no local para recolher o corpo. "Isso aconteceu na madrugada. Tem alguma relação (com a rebelião) porque ele ficou nervoso, mas foi de causas naturais. Foi socorrido pelos próprios presos, levado para atendimento e faleceu", contou.
Entre os policiais feridos estão Urubatan dos Santos Gonçalves e o superintendente da delegacia do município, Osmair José Pereira da Silva. Ambos estão internados no Hospital do Trabalhador. Silva, que durante a madrugada passou por cirurgia, corre risco de morte. Já o preso baleado, cujo estado de saúde não foi informado, está internado sob custódia da Polícia Militar (PM).
A reportagem do Portal Bonde procurou a PM e aguarda um retorno para também informar o estado de saúde do oficial baleado.
A rebelião – O confronto começou por volta de 18h, quando acontecia a entrega das refeições aos presos. De acordo com Agenor Salgado Filho, existem duas versões: "uma de fora para dentro, de que na passagem da alimentação os presos forçaram a saída e conseguiram ‘ganhar o plantão’. E outra, mais remota, de que pessoas de fora teriam entrado na delegacia".
Agentes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Grupo Tigre intermediaram as negociações. A operação contou ainda com apoio da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal de Pinhais.
"Os presos estavam dentro da carceragem, com armas calibre 12, e após a negociação feita pelo dr. Cartaxo (delegado Luiz Alberto, do Tigre) e pelo dr. Amarildo (delegado José Antunes, do Cope), houve a entrada dos policiais. Os presos então se renderam, devolveram as armas e acabou tudo bem. Isso sem disparar um tiro, sem bomba de efeito moral, nada", completou.
O chefe da Divisão Policial Metropolitana não entrou em detalhes sobre o problema da superlotação na delegacia. Ele informou apenas que, nesta sexta-feira (10), pelo menos 20 presos devem ser transferidos para a Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP), também na RMC. O Cope segue investigando o ocorrido. (Atualizado às 10h33)