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Ao lado do Fórum

Presos fogem da cadeia de Cambé

Vítor Ogawa- Grupo Folha
28 mai 2017 às 08:22

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A última grande fuga antes dessa madrugada aconteceu em março de 2014, quando presos renderam um agente. - Saulo Ohara 04-03-2014
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Entre 30 e 40 presos fugiram da cadeia de Cambé na madrugada deste domingo. A capacidade do local é para abrigar apenas 54 detentos, mas no momento da fuga estava com 193.
A Polícia Civil confirmou que alguns dos internos conseguiram escapar pelos fundos, parte que fica ao lado do Fórum da cidade.

Segundo o delegado titular da delegacia de Cambé, Roberto Fernandes de Lima, os detentos cavaram um túnel na galeria principal, que estava com 159 presos, embora a capacidade naquela galeria fosse de apenas 32 presos. "O agente de plantão efetuou disparos de advertência para cessar fuga, mas alguns saíram", lamenta. A delegacia possui outras duas alas, das quais uma é feminina.

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Policiais militares de Londrina foram acionados para dar apoio às equipes de Cambé. Até o início da manhã de domingo, quatro elementos foram capturados. A contenção dos detentos foi realizada com disparos de tiros, caso contrário havia risco de mais detentos conseguirem escapar. Um dos presos foi atingido na perna.

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Polícia Militar - Dezenas de presos fugiram da cadeia de Cambé neste domingo.
Dezenas de presos fugiram da cadeia de Cambé neste domingo.


Até o final da manhã, a polícia ainda não havia realizado a contagem dos presos. "A preocupação é isolar o local onde fica o túnel para que o local possa ser concretado amanhã", afirmou Lima.
A equipe de reportagem da Folha chegou a cruzar com viaturas em alta velocidade atrás de fugitivos até em Arapongas.

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Um funcionário de um estabelecimento comercial que fica nas imediações falou que nem estava sabendo da fuga quando foi alertado por um vigia que trabalha no local. "Ele falou que durante a madrugada teve muita movimentação, com várias viaturas circulando pelas proximidades", declarou. Ele relatou que não sabe qual direção os detentos seguiram.


Em 2014, presos renderam um agente e 64 internos conseguiram escapar. Na época a cadeia estava com 169 presos. No ano passado, em fevereiro e outubro houve tentativas de fuga, mas elas foram frustradas pelos agentes.

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Segundo o tenente Emerson Castro, da Comunicação Social do 5° Batalhão de Polícia Militar, este não é um problema atual, mas que perdura há bastante tempo. "Não são somente os presos que sofrem com a superlotação das cadeias e dos presídios, mas também os agentes penitenciários, carcereiros e policiais que convivem com a expectativa de rebeliões e de fugas. É justamente destas fugas que decorrem a tomada de reféns e morte de policiais nas DP's, e, como no caso de hoje, confrontos", critica.


Ele questionou o baixo efetivo de pessoal para cuidar dos detentos. "Como ter controle de presos numa cadeia superlotada se há poucos agentes públicos e as instalações não possibilitam este controle? Como explicar a entrada de tantos celulares, drogas e armas dentro das cadeias?".

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Castro ressalta que é um trabalho perdido, já que o policial que se esforçou em tirar um bandido das ruas vê seu trabalho sendo em vão quando constata a fuga destes presos, que novamente estará aumentando as estatísticas de crime com a reincidência destes foragidos. "Todo o trabalho deverá ser refeito em prol da segurança da comunidade", argumenta.


Segundo o tenente, soluções imediatistas ocorrem a fim de solucionar o problema da superlotação como exemplo: as audiências de custódia e a liberação através de tornozeleiras eletrônicas. "Estas medidas não têm solucionado o problema da superlotação e ainda tem aumentado o registro de crimes. Esta verdade é decorrente da impunidade gerada por estas medidas", critica.

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Ele reforça que todos estes problemas de segurança tem desaguado na cobrança das autoridades policiais, principalmente da PM, não observando quem cobra soluções que a raiz dos problemas de segurança pública se estendem além do policiamento preventivo e repressivo. "O problema exige mudança de medidas e condutas de outros órgãos públicos, inclusive de leis", aponta.


"Se nosso país não reformular as leis, as instituições públicas, a educação e cultura do povo, estaremos sujeitos ao poder paralelo que está ganhando força através do crime organizado.
O país precisa de mudança! Mas mudanças que beneficiem quem trabalhe e gente honesta.", conclui Castro.


(colaboraram Rafael Machado, Marcos Zanutto e Ricardo Chicarelli)

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Polícia Militar - Dezenas de presos fugiram da cadeia de Cambé neste domingo.
Dezenas de presos fugiram da cadeia de Cambé neste domingo.


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