Homofobia, feminicídio - isso se houver relação entre vítima e autor - ou homicídio. Esses são os três caminhos desenhados pela Delegacia de Homicídios até o momento para tentar explicar a motivação da morte da transexual Natasha, 26 anos, na noite do dia 30 de junho. Assassinada com um único tiro na região do peito, ela morreu na esquina da Rua Cabo Verde com a Avenida Leste Oeste, centro de Londrina. A Polícia Civil confirmou que a vítima ficava no cruzamento para programas sexuais.
O disparo foi dado pelo motorista de uma caminhonete preta. Imagens de câmeras de segurança mostram o condutor estacionando o veículo, Natasha cruzando a rua e chegando perto do vidro. Ela é atingida, cambaleia e cai na calçada. O atirador, identificado como Alexandre da Silva Daniel, 29 anos, foge na sequência. Ele protagonizou uma intensa perseguição com viaturas da Polícia Militar, que só terminou na BR-369, próximo ao Ceasa, na saída para Ibiporã.
Armado com uma pistola 9mm, Alexandre ainda se envolveu em um acidente e fugiu para o meio do mato, onde tentou atirar nos policiais do Pelotão de Choque e foi morto. "O suspeito tinha uma extensa ficha criminal. Havia sido preso por associação para o tráfico, tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e até um homicídio, mas o inquérito deste crime foi arquivado por falta de provas", explicou o delegado João Reis.
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Natasha foi presa no ano passado após ter praticado um roubo em Maringá. A polícia não confirma se o crime teria ligação com uma possível extorsão da vítima com alguns clientes. No entanto, não descarta essa hipótese. Questionado se o carro de Alexandre já teria sido visto por outras transexuais na esquina, Reis preferiu não dar detalhes.