A Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira (7) um adolescente suspeito de agressão na plataforma de jogos Discord e na rede social TikTok. A apreensão ocorreu no Espírito Santo - a PF não informou o local da ocorrência nem a idade do suspeito.
Segundo a PF, o adolescente, que foi apreendido pela segunda vez, é suspeito de levar diversas crianças e adolescentes ao sofrimento, com automutilação e abuso infantil.
"O adolescente já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência e ainda assim, em total descaso com a lei, continuou praticando os mais diversos atos infracionais", diz a Polícia Federal, em nota.
O Discord, aplicativo online popular entre jovens e jogadores de videogames, funciona como uma plataforma de conversas em texto, voz e vídeo. O sistema criado em 2015 se popularizou para bate-papo durante jogos online, em uma base de usuários adultos e menores de 18 anos, sem distinção ou barreiras.
A plataforma está envolvida em várias denúncias contra grupos que promovem conteúdo envolvendo exploração sexual, pedofilia, automutilação, racismo, maus-tratos de animais e incitação a assassinatos, além de vazamento de informações secretas.
Em junho, uma reportagem do Fantástico revelou casos de usuários brasileiros do Discord que violentaram e humilharam meninas menores de idade em transmissões ao vivo.
Em maio, o Discord afirmou que trabalha para barrar o que denominou de "conteúdo abominável".
Nesta semana, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu um jovem de 19 anos, suspeito de criar grupo para estupro virtual.
Pedro Ricardo Conceição Rocha, 19, foi preso, por suspeita de associação criminosa e de estupro de vulnerável. Ele também é suspeito de vender -ou expor à venda- e armazenar foto, vídeo ou outro registro com cena de sexo explícito ou pornografia infantojuvenil. Outros três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Teresópolis e Cachoeiras de Macacu, região serrana do estado.
De acordo com a polícia, na época ele não apresentou advogado e permaneceu em silêncio ao ser preso.
Segundo a investigação da Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), o suspeito preso nesta segunda fase seria o criador e administrador do principal servidor (grupo) do Discord onde os crimes eram cometidos. Ele utilizava o apelido King nos jogos.
No dia 27 de junho, dois adolescentes, de 14 e 17 anos, já haviam sido apreendidos por suspeita de participar de grupos de pornografia infantil no aplicativo.
A empresa também afirmou que tem uma "política de zero tolerância para atividades que sejam potencialmente prejudiciais à sociedade". "Com nossos esforços para combater ameaças à segurança infantil, nós proativamente removemos cerca de 98% das comunidades que encontramos com materiais de abuso infantil no Brasil ao longo dos últimos seis meses", diz a nota.