Uma menina de apenas cinco anos de idade foi espancada até a morte. Depois, o corpo foi enrolado em um cobertor e jogado dentro de um poço desativado. O crime chocou Cascavel, oeste do Paraná, e só foi descoberto no início da tarde desta quarta-feira (10), depois que um tio de Rafaela Eduarda Trates registrou um boletim de ocorrência alertando para o suposto desaparecimento da sobrinha. Ele descobriu que a menina não frequentava a escola desde o dia 8 de março.
Ao iniciarem as diligências, os investigadores do GDE (Grupo de Diligências Especiais) da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel encaminharam à delegacia a mãe de Rafaela, Vani de Fátima Trates, 26, e o namorado dela, Gilmar de Lima, 26.
Ao prestarem declaração aos investigadores, a mãe e o padrasto disseram em um primeiro momento que a menina havia sido doada a uma mulher desconhecida. Os policiais, coordenados pelo delegado Luís Rogério Sodré, não acreditaram na versão apresentada e deram sequencia nas investigações.
Em razão de a mulher estar grávida de oito meses, a delegada Mariana Antonieta Vieira, responsável pela Delegacia da Mulher, foi solicitada para auxiliar no interrogatório de Vani Trates. Não demorou para que a mãe da criança entrasse em contradição e, por fim, confessasse a barbárie cometida por ela e pelo amásio. Vani indicou aos policiais o local onde o cadáver havia sido ocultado.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros fez a escavação e, após quatros horas de buscas, localizou o cadáver da menina, já em avançado estado de decomposição. O corpo estava enrolado em um cobertor de cor verde, exatamente como a mãe relatou.
Com a confirmação do homicídio, o acusado Gilmar de Lima admitiu que agrediu violentamente a enteada com fios condutores de energia elétrica. Em um determinado momento, segundo ele, a pequena Rafael teria caído e batido com a cabeça, o que causou sua morte.
O delegado-chefe da 15ª SDP, Alexandre Macorin, acompanhou pessoalmente o trabalho de resgate do corpo. "É sem dúvida um crime bárbaro. O que nos deixa impressionados também é a frieza dessas pessoas. Em momento algum demonstraram remorso pelo que fizeram", comenta Macorin.
A investigação prossegue tendo em vista que a possibilidade de a menina ter sofrido violência sexual não está descartada.