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Por falta de provas

Jovem é inocentado de latrocínio de idosa

Rafael Machado - Grupo Folha
21 mar 2019 às 10:28

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- Shutterstock
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Para o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, Igor Machado da Silva, 24 anos, não pode mais ser apontado como o responsável pelo latrocínio de Teruko Kobayashi, 64. O caso completou dois anos nesta quarta-feira (20). A decisão do magistrado do início desta semana considerou que "não há provas suficientes". O Ministério Público afirmou que irá recorrer da sentença.

A Polícia Civil informou que Igor teria pulado o muro da casa da idosa, na rua Iguape, jardim Agari, centro de Londrina, perto das 15h40 de 20 de março de 2017. Nesse tempo, tentou levar uma TV e outros objetos, mas teria sido surpreendido pela dona da residência. Segundo as investigações, Teruko foi enforcada com uma mangueira de chuveiro.

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Horas depois, quando Igor já teria ido embora, vizinhos desconfiaram e chamaram a Guarda Municipal. Os agentes encontraram o portão do imóvel trancado e sem sinais de arrombamento. Porém, nos fundos, notaram a porta aberta. Durante a vistoria, encontraram o corpo da japonesa no banheiro. No quintal, visualizaram a televisão que seria levada. O aparelho estava coberto com um pano e uma mala com vários materiais pessoais.

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A polícia, com auxílio do Instituto de Identificação, afirma ter localizado Igor após o recolhimento de digitais em uma garrafa de água mineral apreendida na casa. A marcação identificou o dedo médio esquerdo do jovem. Ele foi preso na rua Niterói dois meses depois da morte de Teruko.

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Em janeiro do ano passado, o mesmo juiz soltou o rapaz, mas determinou o uso de tornozeleira eletrônica. Na época, Nanuncio sinalizava que a acusação do MP, que pediu a condenação por latrocínio, não estava bem fundamentada. "Manter a prisão do réu, sabendo que a instrução não se encerrará em menos de um mês, afigura-se desproporcional diante da fragilidade dos indícios de autoria até então apurados", escreveu no despacho.


Desde as primeiras audiências, Igor Silva sempre negou o assassinato. Ele confessou ser usuário de crack e que perambulava pelas ruas da cidade. Disse que não sabia da localização da casa da idosa, muito menos onde ficava o bairro onde ela morava. Também descartou ser a pessoa que aparecia nas imagens de câmeras de segurança instaladas perto da residência de Teruko, assegurando que não usava bonés ou portava mochilas quando andava. Os registros foram obtidos pela Polícia Civil e incluídos no inquérito.


Ainda com dúvidas, a Justiça, seguindo pedido do Ministério Público, encomendou um novo exame de reconhecimento facial de Igor. O resultado mostrou "grande semelhança" entre o homem que aparecia nas filmagens e o vídeo do interrogatório dele no Fórum. Sem uma conclusão, Juliano Nanuncio deliberou que a prova da impressão na garrafa "restou isolada no processo, não sendo apta a uma condenação. Além disso, nenhum outro vestígio foi encontrado nos pertences".

Agora absolvido, Igor Machado da Silva não está mais submetido ao monitoramento eletrônico. O aparelho já foi retirado no Creslon (Centro de Reintegração Social).


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