Do total de mandados de busca e apreensão, quatro foram cumpridos em Londrina, no Norte do Paraná, oito em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), um em Maringá, no Noroeste do Estado, e um em São José do Rio Preto/SP.
O delegado da PF Joel Moreira Ciccotti informou que o grupo criminoso importava e comercializava mercadorias oriundas do Paraguai e da Argentina e, também, usava o nome de pessoas físicas e de pessoas jurídicas para a lavagem de dinheiro. Equipamentos eletrônicos, vinhos e azeites eram os principais produtos.
VALOR MOVIMENTADO
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Na operação desta manhã, a Polícia Federal apreendeu, além de 12 veículos, uma moto aquática e pneus. De acordo com o delegado, contudo, os pneus, provavelmente, seriam utilizados para fazer a manutenção dos ônibus que buscavam e levavam as mercadorias entre os municípios.
Na ação, a PF bloqueou imóveis e recursos financeiros das contas dos investigados pelos crimes, o que soma cerca de R$ 6 milhões. Apesar do valor, Ciccotti aponta que a movimentação deve ter sido maior.
"Não conseguimos apreender todas as mercadorias e esse grupo atua há bastante tempo, então, certamente, o valor movimento é maior. Podemos estimar que é algo três vezes maior, então uma movimentação de mais de R$ 15 milhões", aponta.
EMPRESAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Os criminosos, conforme apurado pela Polícia Federal, adquiriam os produtos nas regiões de fronteira e utilizavam transportes rodoviários para levá-las, especialmente, até Londrina.
Segundo Ciccotti, o grupo utilizava um barracão localizado na avenida Rio Branco para separar as mercadorias e realocá-las em outros veículos para serem levadas a outros locais, como municípios do Estado de São Paulo.
Ciccotti aponta que o grupo era estruturado e tinha uma organização comercial para vender as mercadorias tanto de forma presencial quanto pela internet.
LARANJAS DE COTA
Para evitar apreensões de ônibus, o grupo criminoso utilizava "laranjas de cota", que consistem em pessoas que emprestavam seus nomes e CPFs para a compra das mercadorias. Com indivíduos diferentes, era possível que cada um assumisse parte das mercadorias.
"Identificamos que as pessoas usavam os ônibus para buscar as mercadorias na região de fronteira e, para evitar prejuízos maiores, elas levavam outras pessoas, que chamamos de laranjas de cota, para que elas assumissem algumas mercadorias. Com isso, a apreensão, quando havia, causava bem menos prejuízo", explica.
Essa simulação foi o que ensejou o nome da operação policial.
CASAS E CARROS DE LUXO
Conforme aponta a PF, casas e carros de luxo foram adquiridos por alguns dos integrantes do grupo criminoso com os recursos provenientes dos crimes.
Mesmo assim, o delegado Ciccotti ressalta que alguns dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências simples, nas quais moram pessoas de baixo poder aquisitivo e que ganhavam algum valor para agir como laranjas de cota.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a dezoito anos de prisão.