Polícia

Delegado pede mais 30 dias para entregar inquérito

14 ago 2013 às 11:45

A Polícia Civil confirmou que solicitou ao Ministério Público do Paraná (MPPR) a prorrogamão do prazo para entregar o inquérito policial sobre a morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, por mais 30 dias. A devolutiva deveria acontecer nesta quinta-feira (15), mas o delegado Guilherme Rangel, responsável pelas investigações, disse precisar de mais tempo para juntar as provas.

A primeira versão do inquérito foi encaminhada uma semana após a prisão dos quatro suspeitos. No entanto, a informação de que o sêmen encontrado no corpo da garota não era de nenhum dos acusados e a denúncia de que eles teriam sido torturados para confessar o crime fizeram o MPPR devolver o documento para a Polícia Civil.


Rangel assumiu o caso no dia 10 de julho, após a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) promover uma série de mudanças. Na ocasião, os delegados Agenor Salgado Filho e Silvan Rodney Pereira, que vinham apurando a morte da adolescente, foram afastados temporariamente. Mais tarde, o "Caso Tayná" também contribuiu para a saída do ex-delegado geral da corporação, Marcus Michelotto, substituído por Riad Farhat.


Nesta quarta-feira (14), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPPR, informou que a 1.ª Vara Criminal de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), acatou a denúncia do MPPR contra 16 das 21 pessoas, a maioria policiais, acusadas de torturar os quatro suspeitos de matar Tayná.


Segundo o promotor Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, a juíza alegou conflito negativo para julgar os outros cinco suspeitos, já que as supostas torturas praticadas por eles não aconteceram na comarca de Colombo.


O crime - O corpo de Tayná foi encontrado no dia 28 de junho em um matagal na Rua Márcio Cardoso, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), após quase 15 horas de busca. A adolescente estava sumida desde a noite da terça-feira anterior (25), quando saiu de casa para se encontrar com uma amiga. Por volta das 20h30, ela enviou mensagem ao celular da mãe avisando que voltaria logo, mas acabou não aparecendo. A família registrou boletim de ocorrência no mesmo dia.


Antes mesmo de o corpo ser encontrado, os quatro homens, todos funcionários de um parque de diversões itinerante, foram detidos. Na época, a polícia chegou a afirmar que eles teriam confessado a participação no suposto estupro e na morte da garota.


Apesar da acusação, o Instituto de Criminalística apontou que o sêmen encontrado no corpo de Tayná não era de nenhum dos quatro, o que gerou reviravolta no caso. Mais tarde, eles disseram que passaram por tortura e que foram forçados a assumir a culpa. Um deles teve que ser removido para o Complexo Médico Penal com problemas de sangramento no intestino.

Os então acusados foram soltos da Casa de Custódia de Curitiba no dia 15 de julho e permanecem sob proteção do Gaeco em outros estados do Brasil. As investigações sobre o crime seguem em segredo de justiça.


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