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Surto de meningite assusta Curitiba

Andréa Lombardo - Folha do Paraná
04 abr 2001 às 11:07

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A confirmação de seis casos de meningite na Creche São José, bairro Cajuru, em Curitiba, está preocupando os moradores da região. A Secretaria Municipal de Saúde alega, no entanto, que o surto é localizado e não oferece risco de epidemia. Os casos registrados são do tipo viral (não letal). Do começo do ano até agora, houve 105 casos de meningite em Curitiba - 51 virais e 10 meningocócicas (tipo mais grave da doença, que pode levar à morte).

Em todo o Estado, foram registrados, este ano, 536 casos de meningite (todas as formas da doença). Desse total, 264 foram do tipo viral. Ponta Grossa é o município com maior incidência da doença. Foram 129 casos, dos quais 107 de meningite viral.

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O último caso registrado na Creche São José foi confirmado ontem. Camila Cristina Mattozo, de dois anos, foi internada ontem no Hospital Pequeno Príncipe. Com febre alta e vômito, a criança foi levada, ainda na semana passada, ao Hospital Menino Deus. Segundo a avó, Selma Edi Mattozo, o médico disse que se tratava apenas de uma gripe e liberou Camila em seguida.

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Selma está inconformada e disse que só continuou levando a neta para a creche porque desconhecia os casos anteriores. "Eles deveriam ter fechado a creche. Só vou levar minha neta novamente quando tiver certeza de que não há mais qualquer risco."

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A coordenadora da creche Joelma Rodrigues do Nascimento afirmou que a direção da entidade pretendia interditar a creche para uma desinfeção. Segundo ela, técnicos da vigilância sanitária disseram que não é necessário. "Seria uma medida até para tranquilizar os pais, pois muitos deles não estão trazendo as crianças por medo da contaminação." A creche atende 117 crianças e, ontem, apenas 38 compareceram.


A médica Karin Regina Luhm, diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, explica que o principal vírus causador da meningite é o enterovírus. A forma mais comum de transmissão é a fecal-oral. "Pega-se o vírus pela boca, ele se multiplica no intestino e é eliminado pelas fezes", disse Karin, Segundo ela, não existe vacina para esse tipo de vírus e nem medicamentos. "É como um resfriado, de evolução auto-limitada. Depende da reação do próprio organismo." A creche, segundo ela, apresenta condições adequadas de higiene e não há necessidade de interditá-la.

Karin admite que o vírus está na região e que muitas pessoas, principalmente adultos, têm a infecção, mas não desenvolvem os sintomas e são potenciais transmissores. A secretaria está reforçando as orientações de higiene pessoal e coletiva junto às unidades de saúde e creches da cidade.


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