Redes de supermercados do Paraná deverão apresentar soluções alternativas para as 80 milhões de sacolas plásticas que são utilizadas em seus estabelecimentos mensalmente. O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, anunciou nesta quinta-feira (29) que fará a convocação.
A primeira tentativa da Secretaria buscou o apoio da Associação Paranaense de Supermercados (Apras). No início deste mês, a Secretaria do Meio Ambiente e Ministério Público Estadual encaminharam ofício à Associação solicitando a apresentação, em até 11 dias, de propostas alternativas para as sacolas feitas à base de plástico convencional.
Na data limite do prazo, dia 16 de março, a Apras encaminhou o ofício (nº 007/2007) informando que "a Apras, como entidade civil sem fins lucrativos, com adesão voluntária de seus associados, não tem poder de polícia, competência legal para exigir o que está previsto em lei e principalmente o não previsto em lei, nem poder para assumir obrigações em nome de seus associados...".
O coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, Saint-Clair Onorato Santos, explicou que como a Apras não quis ser interlocutora dos supermercados nessa discussão decidiu-se por chamar cada rede de supermercado individualmente.
A iniciativa é do programa Desperdício Zero, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, que tem como objetivo reduzir em 30% o volume de lixo gerado e eliminar os lixões a céu aberto no Estado. Uma das principais estratégias do programa é a convocação dos grandes geradores de resíduos para discutir alternativas visando o reaproveitamento ou reciclagem dos materiais – ou até mesmo a mudança de padrões de consumo para atitudes mais sustentáveis.
Em outros países, incentiva-se o uso da sacola de pano para o transporte das mercadorias. Esta foi uma das alternativas sugeridas pela Secretaria do Meio Ambiente e o Ministério Público quando encaminharam o ofício à Apras no início do mês. Além da sacola de pano, também foi sugerido o uso da sacola oxi-degradável que se decompõem em até 18 meses. O plástico convencional demora cerca de 400 anos para se degradar. (AEN)