O secretário municipal do Meio Ambiente de Curitiba, Mario Sergio Rasera, disse nesta quarta-feira que a multa de R$ 15 milhões aplicada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) à prefeitura é "política".
O IAP alega que a prefeitura dá destinação inadequada a lixo hospitalar e doméstico. Do valor total, R$ 10 milhões se referem à alegada contaminação do solo da vala séptica de lixo hospitalar na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e R$ 5 milhões pela suposta contaminação do Rio Iguaçu com chorume produzido no aterro sanitário da Caximba.
Para Rasera, a multa à prefeitura de Curitiba somente não seria política se outras prefeituras paranaenses também estivessem sendo autuadas. "Maringá e Londrina têm lixões a céu aberto, onde até crianças brincam. Por que o Governo do Estado não fala nada sobre isso?", perguntou.
As cidades a que Razera faz referência são administradas pelo PT, principal rival do PFL do prefeito Cassio Taniguchi nas eleições de 2000. O PT é atualmente aliado do governador Roberto Requião (PMDB) - os dois partidos cogitam uma coligação na sucessão de Taniguchi em 2004.
A prefeitura garante ter enviado ao governo do Estado, em abril, cópias de laudos feitos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) que comprovariam que não há contaminação na vala séptica.
Rasera disse haver outro motivo para acreditar que o Governo do Estado está criando um fato político com a multa à prefeitura. Pesquisas de opinião mostram que a coleta de lixo em Curitiba está entre os serviços mais bem avaliados pelos moradores. "Querem demolir tudo que dá certo na cidade", afirmou.