As pesquisas realizadas pelos técnicos do Passeio Público de Curitiba sobre o comportamento e reprodução de espécies ameaçadas de extinção se tornaram referência para outros zoológicos do País. As duas reproduções de animais em cativeiro, um papagaio-de-peito-roxo e o macaco muriqui, atraiu um grupo de diretores da Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB), que está reunido na cidade para um intercâmbio de experiências.
O presidente da SZB, Fernando Siqueira Magnani, 33 anos, afirmou que as pesquisas feitas em Curitiba foram ressaltadas em um congresso sul-americano. "Em uma reunião acontecida no início do mês, em Santiago do Chile, diversas pessoas estavam atentas às experiências desse zoológico", ressaltou.
No Passeio Público o grupo de seis macacos muriquis vive em uma pequena ilha de 600 metros quadrados. O filhote de muriqui tem um mês de vida e nos primeiros seis meses fica agarrado à mãe. Há uma estimativa de que existem apenas 2 mil macacos desse tipo no País. Eles vivem em bandos e podem atingir um metro de altura e viver até 20 anos.
"Eles vivem na Mata Atlântica, que hoje está bem reduzida, e por isto tomamos esse cuidado de deixá-los na ilha para que mantenham seus hábitos e possam ser estudados da melhor forma", disse o biólogo Luiz Roberto Francisco, 33 anos, diretor do Departamento de Zoológico, ligado à Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba.
Segundo ele, os zoológicos não devem ser apenas "vitrines" para exposição de animais. "As pesquisas são permanentes e devemos aproveitar todos os dados disponíveis para ampliar as informações hoje existentes sobre algumas espécies", disse Luiz Roberto.
Nesta semana também nasceu um filhote de papagaio-de-peito-roxo. Essa espécie é natural das regiões Sul e sudeste do País e a fêmea ainda está chocando dois ovos. É a primeira vez em sete anos que os biólogos do Passeio Público conseguem a reprodução dessa espécie.