As obras de adequação das estradas que dão acesso a oito assentamentos de São Jerônimo da Serra (78 km ao sul de Cornélio Procópio) foram retomadas nesta sexta-feira. A Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), responsável pelos trabalhos, enviou caminhões de obra de Ibiporã (14 km a leste de Londrina) para a região dos assentamentos.
Na última quarta-feira, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Projeto de Assentamento (PA) Amélia impediram que a Codepar retirasse suas máquinas do local. Eles queriam garantir a continuidade das obras.
Segundo a associação do PA, os trabalhos haviam sido interrompidos há 90 dias. Já o gerente de mecanização da Codapar, Roberto Bittencourt, informou que a obra estava paralisada há apenas 15 dias, e que apenas uma máquina seria retirada para atender a uma obra emergencial. ''Tivemos alguns problemas operacionais, mas as obras das estradas estão caminhando dentro da programação'', garantiu.
O contrato com a prefeitura de São Jerônimo da Serra expira em dezembro, mas o gerente acredita que o cascalhamento das estradas de acesso deve ser concluído bem antes. Não é o que pensa o assentado Luiz Alonso Sales, da direção do MST na região. ''Essa obra está enroscada há dois anos, não é em seis meses que vão fazer'', opinou.
Por meio de um convênio, o Município recebeu R$ 360 mil do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para executar a obra. De acordo com o chefe de gabinete da prefeitura, Edson Copla, os pagamentos à Codapar estão sendo feitos de forma regular. ''Estamos com boa vontade e queremos terminar essa obra'', sintetizou.
Os assentados alegam que adequação das estradas é fundamental para garantir o acesso das crianças à escola. Conforme relatado hoje na Folha, os alunos dos assentamentos percorrem, a pé, mais de dez quilômetros para ir às aulas. Os oito assentamentos (segundo a prefeitura são sete, mais um acampamento) abrigam 222 famílias.