O nervosismo durante a tradicional revista, procedimento utilizado em qualquer pessoa que comparece à uma delegacia de Polícia Civil para visitar algum familiar ou conhecido que está preso, foi determinante para que o investigador e o agente carcerário de Pinhalão (106 km ao sul de Jacarezinho), no Norte Pioneiro, flagrassem duas mulheres com crack e maconha escondidos nas bolsas. Elas foram identificadas como Ariani Cristina Duarte Campos, 30 anos, e Débora Cristina de Souza, 24.
A dupla permaneceu em silêncio durante interrogatório prestado ao delegado de Tomazina, Isaías Fernandes, que também responde por Pinhalão. As detidas, que são moradoras de Ibaiti, portavam mil reais e três cartões de visitas de outras delegacias. De acordo com a Polícia Civil, os documentos estavam preenchidos com nomes de presos diferentes, mas sem relação com seus sobrenomes. Agora, o objetivo é entrar em contato com os titulares das comarcas de Ibaiti e Telêmaco Borba, por onde as mulheres passaram, para comprovar se elas também visitaram detentos nestas unidades.
Os cartões, com formatos diversos para cada cidade paranaense, geralmente é do tamanho de um RG e possui o brasão da delegacia. É obrigatório o preenchimento dos nomes completos do visitante e encarcerado. Para conseguir a autorização, é preciso comprovar o grau de parentesco ou nível de convivência com o detento. A veracidade, na maioria das vezes, vem através de um contrato de união estável. "Não é possível constatar se o documento é verdadeiro por conta do baixo efetivo. Em Pinhalão, temos apenas um agente de carceragem para cuidar de 40 homens e ainda fazer a triagem dos familiares durante as visitas", afirmou o delegado.
Se a fraude for confirmada, as mulheres podem responder por falsidade ideológica, além de tráfico de drogas qualificado, podendo pegar de cinco a quinze anos de prisão em regime fechado.