O paranaense Antonio Hashitani, de 24 anos, morreu na última quarta-feira (2) na região da cidade de Bakhmut, na Ucrânia durante bombaideio. O jovem, que era estudante de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), servia como soldado voluntário no exército ucraniano na guerra contra a Rússia.
A universidade divulgou uma nota de pesar e estendeu os sentimentos “ao povo ucraniano diante do quadro de violência e guerra que enfrentam”.
“A Universidade expressa, igualmente, afeto a tantos estudantes, professores e colaboradores de nossa Instituição que possuem ascendência ucraniana e mantêm relação com sua pátria de origem”, diz a nota.
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O Centro Acadêmico de Medicina Mario de Abreu também se manifestou lamentando a morte de Hashitani. “Neste momento de tristeza, o CAMMA-PUCPR presta condolências e deixa os mais sinceros pêsames a todos os familiares e amigos de nosso colega”.
Matheus Onias David, 30, natural de Araucária, na RMC (Região Metropolitana de Curitiba), é um dos amigos que Hashitani fez no Leste Europeu. Ele descreve Antônio como “um cara incrível”. “Muito querido e carismático. Todos gostavam dele, inclusive os comandantes tinham muito apreço por ele”, diz.
Os amigos se conheceram em abril, no Centro de Recrutamento que fica na cidade de Ternopil. “Fomos destacados para a mesma unidade das forças armadas ucranianas, sendo ela a unidade de artilharia e atiradores de precisão 204”.
De acordo com o amigo, Hashitani morreu na cidade de Bakhmut, após um bombardeio. “Ele havia se voluntariado para a missão que compreendia em deslocar até uma posição, manter ela na trincheira e após [isso] fazer a evacuação de feridos. Infelizmente, no percurso para o local, eles foram bombardeados”, pontuando que na tarde do dia 2 de agosto ele foi dado como desaparecido, e, à noite, a morte foi confirmada.
O jovem já havia sido voluntário em Mwanza, na Tanzânia, onde ajudou na construção de escolas.
BRASILEIROS
O soldado conta que há muitos brasileiros atuando na Ucrânia - em sua unidade, por exemplo, são sete -, com motivações variadas. “Alguns vêm pelo salário que recebem. Outros, como é o meu caso, pela causa nobre de ajudar a Ucrânia, e muitos vêm pela oportunidade de um novo recomeço, na medida que a Ucrânia oferece residência e cidadania ucraniana após o preenchimento de alguns requisitos”, conta.
ITAMARATY
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Kiev, disse que "foi comunicado do fato pelas autoridades competentes ucranianas e está em contato com familiares do nacional para prestar-lhes a assistência cabível”.