Vamos aos fatos: o e-mail ainda é o principal aplicativo disponível para a maioria dos internautas. Em 2005, serão enviadas todos os dias 35 bilhões de mensagens de correio eletrônico, segundo a International Data Corporation (IDC). Já uma pesquisa do Yankee Group com 3,5 mil residências que têm acesso à Web nos Estados Unidos revelou que 86% dos entrevistados classificam o e-mail como o mais importante aplicativo que usam enquanto estão online.
Não é de se estranhar, portanto, que as empresas olhem essa forma de comunicação como uma boa oportunidade de alcançar seus potenciais consumidores e anunciar seus produtos e serviços. O eMarketer, empresa de pesquisas sobre o mercado de Internet, estima que as companhias terão investido US$ 2,07 bilhões em e-mail marketing até o final do ano, número que deve saltar para US$ 4,55 bilhões em 2003. O desafio agora é encontrar uma maneira de atingir os consumidores com mais eficiência, conseguindo fisgar a atenção do público-alvo. Cada vez mais as empresas estão apostando em rich media para adicionar algo a mais em suas mensagens de marketing.
Storymail
Veja o exemplo da Storymail. Trata-se de uma start-up que foi oficialmente lançada em 11 de junho deste ano, apostando em um software - uma plataforma de e-mail - que permite às companhias criar e entregar e-mails em rich media. Vídeo, áudio, gráficos, efeitos especiais e interação com o usuários podem ser facilmente embutidos no correio eletrônico, garante a companhia.
Embora diversas empresas estejam trabalhando para melhorar a entrega de e-mail com rich media, ainda há muitas limitações. "E-mail é muito limitado em termos de apresentação, conteúdo, habilidade de fazer gráficos complexos, e as possibilidades de áudio e vídeo são muito pobres e pouco confiáveis", afirma Dave Saxby, CEO e fundador da Storymail. "Há muito pouca interação dentro das mensagens, há preocupações de segurança, questões sobre a privacidade de usuários, a disseminação de vírus etc."
Esses problemas são exatamente o que a Storymail tenta combater - a dificuldade de realmente levar mensagens em rich media para as caixas postais dos clientes. "Se você recebe uma grande mensagem no seu PC, você deve ser capaz de ver a mesma mensagem em seu telefone celular, mesmo que seja necessário otimizá-la para esse dispositivo", diz Saxby. "Podemos medir a largura de banda no momento em que você está recebendo a mensagem, então podemos otimizá-la de acordo com cada caso".
A Storymail planeja atingir todo o mercado, embora suas mensagens em rich media não possam ser vistas em plataforma Macintosh, um entrave que a empresa promete resolver em breve. "Realmente servimos todos os clientes de e-mail - AOL, Outlook, Yahoo etc. - e isso é algo que tem sido bastante difícil para empresas que investem em tecnologia de e-mail", diz Eric Sternberg, vice-presidente de marketing. "Sobretudo a AOL, que trouxe dor de cabeça para muita gente".
Sem demora
A empresa também afirma que resolveu a questão de largura de banda. "Nossa experiência mostra que não é realmente o tamanho da mensagem que incomoda as pessoas, mas sim o fato de que elas têm de esperar", diz Saxby. "Então nós tiramos o tempo de espera. Se você receber 16 mensagens em sua caixa de entrada e acontecer de a terceira delas ser uma mensagem com vídeo pesando 2 MB que você realmente quer ver, e a conexão é dial-up, basta clicar na mensagem e ela vai para o background", explica. "Você será capaz de continuar lendo o resto de seus e-mails. Quando a mensagem de vídeo for baixada no background, ela simplesmente aparece em sua caixa de entrada - não dói nada".
E fazer a experiência do usuário tão indolor e interessante quanto possível é o objetivo da Storymail. Para fazer isso, as mensagens da Storymail permitem que todas as ações dos usuários ocorram diretamente na própria mensagem de e-mail. Quando um usuário vê uma mensagem de interesse e clica nela, ele não é enviado para qualquer lugar - permanece dentro da mensagem. "Umas das coisas que nossos clientes querem é minimizar o número de cliques necessários para que o usuário final realize uma ação. Nosso objetivo é fazer tanto dentro da caixa de entrada quanto for possível", diz Saxby.
Taxa de cliques
Embora a empresa seja recém-nascida, ela testou a versão beta de seu software com um grande número de usuários com boa dose de sucesso. A Mars Inc., por exemplo, experimentou uma campanha cujo objetivo era conseguir um alto índice de click-through para levar os usuários ao site M&M. A mensagem era composta por um jogo interativo, uma espécie de quebra cabeças que o usuário final era capaz de manipular para tentar colocar as peças em ordem. "O resultado foi uma taxa de cliques de 15%, que é muito boa pois usamos uma mailing list comprada, não uma lista própria", diz Saxby.
A Storymail também foi bem-sucedida em uma campanha realizada para a IMG, empresa de marketing esportivo. A mensagem exibia três mini-vídeos de esportes e alcançou 25% de click-through. "O mercado jovem é muito ligado em tecnologia", afirma James Leitz, vice-presidente da IMG. "Fomos capazes de criar uma mensagem que se comunicava visualmente e interagia com nossa audiência de uma maneira que os induzia a realizar uma ação".
O modelo de negócios da Storymail é baseado em licenciamento de software para seus clientes. A licença mínima é de US$ 35 mil.
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