Paraná

Distribuidora da Coca-Cola é acusada de incitar violência

11 abr 2001 às 09:46

A Recofarma Indústria do Amazonas Ltda., distribuidora dos produtos Coca-Cola, participou ontem à tarde de uma audiência na Promotoria de Defesa do Consumidor de Curitiba, por estar sendo acusada de publicidade abusiva. Após reclamações de diversos consumidores, a promotoria instaurou, no dia 20 de fevereiro, procedimento de averiguação onde constatou que a empresa, em três comerciais do refrigerante Sprite, estaria incitando a violência e o preconceito nos jovens.

Segundo o representante do Ministério Público em Curitiba, promotor Ciro Expedito Scheraiber, um acordo, de âmbito nacional, foi feito com a empresa, representada pelo advogado Harry Tate. A empresa se comprometeu em tirar de circulação um dos comerciais e voltar a veicular os outros dois somente depois de retirar as cenas mais agressivas. "Mesmo concordando com a promotoria, o advogado defendeu a empresa alegando que muitos desenhos animados veiculados são mais violentos que os três comerciais questionados", declarou.


De acordo com Scheraiber, em um dos comerciais - do taxi -, o taxista não aceitava levar o passageiro, que tinha pêlos na orelha. "Ele era arremessado na parede com bastante violência por dois espécies de guardas Sprite", contou. No segundo filme - o do banheiro -, um rapaz não lava a mão depois de fazer urinar e um outro recusa cumprimentá-lo. Também é agredido pelos dois guardinhas. No terceiro - da padaria -, uma pessoa é arremessada com violência dentro de um forno. Neste comercial, segundo Scheraiber, o preconceito racial também ficava em evidência.

Caso não cumpra com o acordo, a empresa pagará multa, ainda não estipulada pela promotoria. "O Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), do Rio de Janeiro, também registrou diversas reclamações sobre os mesmos comerciais", ressaltou o promotor.


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