O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Riad Farhat, afirmou nesta terça-feira (20), em Curitiba, na primeira entrevista coletiva desde que assumiu o comando da corporação, no dia 29 de julho, que irá afastar os policiais envolvidos na "Operação Vortex".
Segundo ele, os delegados Gerson Machado, titular da Delegacia de Quatro Barras, Marco Antonio de Goes, titular do 10º Distrito Policial, e Anderson Franco, adjunto da Delegacia de Estelionato, irão exercer apenas funções administrativas, até o término das investigações. O delegado Luis Carlos Oliveira, que estava à frente da Divisão de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), já havia sido retirado de suas funções.
"O Ministério Público (MP) já solicitou o afastamento, mas independentemente disso nós estamos administrativamente trabalhando caso por caso, denúncia por denúncia, a cada policial, e tomando as nossas medidas. Esperamos que casos assim não se repitam", afirmou o delegado-geral. Os afastamentos devem ser formalizados em reunião do Conselho da Polícia Civil, na tarde de hoje.
Riad informou também que irá afastar os 15 investigadores que constam na denúncia oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Além deles, um agente de apoio e três comerciantes são acusados de diversos delitos.
"É inegável que cada vez que aparece um caso desses, a imagem da polícia fica prejudicada, mas ao mesmo tempo estamos passando por um processo de reformulação, tendo a humildade de olhar para o nosso próprio umbigo e repensar as nossas atitudes e algumas técnicas que a polícia vem utilizando. E acredito que a polícia vai sair fortalecida de todos esses acontecimentos", completou.
A operação - Na denúncia, o Gaeco relata 24 fatos criminosos: três concussões (exigência financeira mediante ameaças), um abuso de direito, uma denunciação caluniosa, uma lavagem de dinheiro, três corrupções ativas e 15 corrupções passivas.
As investigações apontam que na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), vinculada à DCCP, atuava uma quadrilha que visava angariar dinheiro de comerciantes do setor de ferro-velho, mediante corrupção. O Gaeco sustenta que "policiais da área atuavam endurecendo a fiscalização para criar condições de exigir dinheiro, ou mesmo para que comerciantes tomassem a iniciativa de oferecer dinheiro". (Com informações dos repórteres Rubens Chueire Jr., da Folha de Londrina, e Rodrigo Batista)