O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) ainda não tem nenhuma pista sobre o paradeiro do engenheiro e arquiteto Onaldo Pinto de Oliveira, de 72 anos, desaparecido desde o último dia 5. O delegado Artur Luiz Zanon, encarregado do caso, afirma que está seguindo várias linhas de investigação e ouvindo depoimentos de diversas pessoas que tiveram contato com o profissional nos últimos dias, mas ainda não tem nada de concreto.
No dia 10, o carro Santana placa AFP 7740, de sua propriedade, foi encontrado incendiado, próximo à BR 116, no município de Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba. A polícia também descobriu que a partir do dia 5 foram realizados vários saques em bancos eletrônicos do Itaú/Banestado, usando o cartão de Oliveira.
No total, foram retirados cerca de R$ 7 mil em saques feitos inicialmente em Curitiba e em seguida no Rio de Janeiro e Angra dos Reis, no Litoral carioca. O Cope também tem uma fotografia feita a partir de registros da filmadora de uma agência Banestado de Curitiba, que mostra duas pessoas sacando dinheiro da conta de Oliveira.
No dia 5, o arquiteto almoçou com o filho Onaldo Pinto de Oliveira Junior, em sua casa no bairro Santa Quitéria. A partir daí ninguém mais o viu. Naquela tarde, o engenheiro chegou a ligar para seu sócio, desmarcando uma reunião. À noite, ele também teria faltado a um encontro profissional.
Pai de três filhos, separado, e vivendo sozinho em sua casa na Santa Quitéria, os amigos só passaram a desconfiar da ausência de notícias quando Oliveira faltou a dois almoços seguidos, realizados aos sábados no Instituto de Engenharia do Paraná, e das rodas de conversas na Boca Maldita.
O delegado Zanon descarta a possibilidade de sequestro, uma vez que a família não recebeu nenhum telefonema pedindo resgate. Ele também tem dúvidas se trata-se de um sequestro relâmpago. É que, cinco dias antes, o arquiteto teria dito a seu filho que perdeu o cartão do banco. "Esse caso é muito estranho., O desparecimento dele é misterioso", diz.
De renome não apenas em seu meio profissional, Onaldo Pinto Oliveira ficou conhecido principalmente por suas posições críticas em relação ao primeiro Plano Diretor implantado pela prefeitura na década de 1960. Junto com Jaime Lerner e Domingos Bongestabs, foi um dos co-autores da praça 29 de março, contruída em 1967 no bairro Mercês. Isto não evitou que, por diversas vezes, Oliveira tomasse posições contrárias a projetos urbanísticos de Lerner.