A APP-Sindicato acredita que 45 mil dos 55 mil professores da rede estadual de ensino no Paraná devem aderir à paralisação programada para hoje. Eles querem que o governo cumpra com o acordo que encerrou a greve da categoria, em junho do ano passado. Entre as reivindicações estão a reposição salarial de 50,03%, a realização de concurso público, pagamento dos atrasados e da hora-atividade para todos os professores.
O presidente da entidade, Romeu Gomes de Miranda, espera a adesão maciça porque, segundo ele, "os professores estão descontentes com o descaso por parte do governo". Em Curitiba, de acordo com Miranda, pelo menos, 3,5 mil professores devem participar do protesto, que terá passeata pelo centro da cidade, saindo da Praça Santos Andrade. No interior do Estado, os 23 núcleos da APP-Sindicato também estão organizando manifestos para hoje.
A diretora-geral da Secretaria de Estado da Educação, Sônia Loyola, não arriscou números, mas não acredita no sucesso do movimento. Segundo ela, o governo já atendeu a maioria das reivindicações. A posição da secretaria é de que os alunos não podem ser prejudicados por conta dessa paralisação. "É um dia normal de aula e o professor que não comparecer à escola vai levar falta e terá o dia descontado de seu salário."
Sônia alega que apenas duas questões do acordo feito no ano passado ficaram pendentes: a negociação salarial e o plano de cargos e salários dos professores. "Temos consciência de que o plano é bastante antigo e precisa ser revisto", admitiu. Segundo ela, a demora é decorrente da necessidade do governo ter que se adequar aos parâmetros da Lei de Reajuste Fiscal.
Miranda disse que está sendo reivindicada, ainda, a revogação imediata da "Resolução de Porte", implantada este ano nas escolas da rede estadual. A medida, segundo a APP-Sindicato, elimina diretores, supervisores e orientadores de escolas com menos de 160 alunos.
Sônia Loyola afirma que a Resolução de Porte foi discutida com as direções das escolas e é totalmente flexível, nos casos em que for necessária uma revisão, como já aconteceu em 82 escolas. Quanto à grade currilar, ela justifica que era necessária a reformulação para uniformizar o número de horas/aula e se adequar à Lei de Diretrizes e Bases do Conselho Nacional de Educação.