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Satélites registram quase 12 mil focos de incêndio no BR

24 ago 2007 às 20:07

O tempo seco e quente e a ação humana estão facilitando o aumento de incêndios em áreas florestais no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o início de agosto foram registrados 11.920 focos de incêndio em todo o país. O número é quase o dobro do que foi constatado no mesmo período do ano passado (6,4 mil focos). Os estados com mais focos são o Pará, com 3.773 focos; Mato Grosso, com 3.525, e Rondônia, com 1.113.

Nas unidades de conservação ambiental, o prejuízo também é grande. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), atualmente três parques nacionais estão pegando fogo: o Itatiaia, no Rio de Janeiro; o Grande Sertão Veredas, em Minas Gerais, e o Parque Nacional de Brasília.


O coordenador do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), órgão ligado ao Ibama, Elmo Monteiro, explica que além do clima seco, das altas temperaturas e dos ventos fortes, que ajudam a a propagar as chamas, o incêndio criminoso dificulta o combate às queimadas.


Segundo ele, as queimadas são ocasionadas especialmente pela ação de vândalos e de pequenos agricultores que têm o hábito de limpar suas áreas usando o fogo, sem o devido conhecimento técnico. "O uso do fogo nessas áreas requer solicitação ao Ibama ou ao órgão ambiental do seu estado para fazer essa queima", afirma.


Monteiro alerta que o uso do fogo em área agricola, sem autorização, é crime e pode resultar em reclusão de dois a quatro anos, além de multas que variam entre R$ 500 e R$ 5 mil por hectare queimado.


Por causa de um incêndio, o Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Água Mineral, está fechado por tempo indeterminado. Segundo a Defesa Civil, mais da metade da área do parque já foi atingida pelo fogo. Elmo Monteiro acredita que o fogo poderá ser contido ainda nesta sexta-feira (24).


Em entrevista à Rádio Nacional, o sub-secretário da Defesa Civil do Distrito Federal, Luiz Carlos Ribeiro, informou que foi montada uma "operação de guerra" no Parque Nacional de Brasília. Segundo ele, não há perigo de o fogo atingir os moradores que estão perto do parque.


"Nós estamos preocupados é com a condição do ar, porque tem muita fumaça, muita foligem está sendo jogada na atmosfera", disse, lembrando que a umidade relativa do ar no Distrito Federal tem alcançado o percentual de 20%.

No entanto, Ribeiro aconselha as pessoas que moram próximo ao local a consumir bastante água e evitar exposição ao sol. Caso sintam algum desconforto respiratório, os moradores devem procurar atendimento médico.


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