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Pessoas saudáveis 'custam mais' que obesas e fumantes

05 fev 2008 às 13:11

Uma pesquisa feita por economistas holandeses publicada na revista especializada Public Library of Science Medicine mostrou que a obesidade não aumenta os custos dos serviços públicos de saúde - ao contrário do que se pensava - porque obesos morrem mais cedo.

Segundo o estudo liderado pelo Instituto Holandês de Saúde Pública e Meio Ambiente, os tratamentos e cuidados com pessoas que levaram uma vida saudável e acabam vivendo mais custam bem mais aos cofres públicos do que os tratamentos com obesos ou fumantes.


A estimativa é que, ao longo da vida, pessoas saudáveis "custariam" US$ 50 mil (cerca de R$ 87 mil) a mais para os serviços de saúde.


No estudo, o economista Pieter van Baal e sua equipe criaram três grupos hipotéticos de 1.000 pessoas com idade entre 20 e 56 anos para comparação: um grupo de pessoas com peso saudável, mas fumantes; um grupo de obesos não-fumantes e um grupo de não-fumantes com o peso saudável.


Os pesquisadores então estimaram, tomando como base dados do serviço de saúde holandês de 2003, a proporção de cada grupo que desenvolveria doenças crônicas ao longo da vida e o provável custo do tratamento médico dessas doenças.


Segundo os pesquisadores, o grupo de não-fumantes com peso saudável apresentou os custos médicos mais altos ao longo da vida (U$ 417 mil, cerca de R$ 729 mil), porque eles vivem por mais tempo e desenvolvem doenças relacionadas ao envelhecimento.


Em média, as pessoas saudáveis viveram 84 anos. Os fumantes viveram até os 77 anos e custaram US$ 326 mil (cerca de R$ 570 mil); e os obesos custaram U$ 371 mil (cerca de R$ 648 mil) e viveram até os 80 anos. Os fumantes e obesos apresentaram maior incidência de doenças cardíacas do que os saudáveis.


A incidência de câncer – exceto o de pulmão – foi a mesma nos três grupos. Os obesos foram os que apresentaram maior incidência de diabetes e os saudáveis, maior incidência de derrames.

O estudo não levou em consideração outros custos de doenças relacionadas à obesidade e ao fumo, como a diminuição da produtividade econômica (muitos dos obesos e fumantes desenvolveriam doenças durante a vida produtiva) ou custos sociais.


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