A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, elogiou nesta segunda-feira a aproximação da Igreja Católica dos pobres defendida pelo papa Francisco, mas lembrou que "opções diferenciadas das pessoas" devem ser compreendidas.
"Eu acho que ele tem um papel a cumprir. (O discurso sobre a aproximação da Igreja aos pobres) É uma postura importante. É claro que o mundo pede, hoje, além disso, que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas", disse ela, após ser cercada pela imprensa na Scuderia Del Quirinale, museu onde foi ver uma exposição dedicada ao pintor renascentista Ticiano.
A presidente não deixou claro a que "opções diferenciadas" ela se referia. Questionada pela BBC Brasil se a eleição de um papa latino-americano poderá ter impacto na discussão, no Brasil, de temas como a Lei do Aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ela respondeu que "não parece que (Francisco) seja um tipo de papa que vá defender esta posição".
Antes de ser papa, o cardeal Jorge Bergoglio tinha se manifestado contra o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. A presidente se disse feliz pela eleição de um papa latino-americano, mas afirmou não saber qual será o impacto político de Francisco para a região. "Em qualquer hipótese, um papa latino-americano é uma honra para a América Latina. Acho que é uma afirmação da região".
Dilma lembrou também que a Igreja brasileira foi "extremamente combativa contra a ditadura".
Ela recordou a atuação de padres dominicanos na defesa de direitos humanos no período em ela militou contra o regime militar no Brasil.