O presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva está em Cuba, onde desembarcou nesta sexta-feira para uma breve visita de dois dias a fim de conversar com o velho amigo Fidel Castro, num país que vive atualmente uma séria crise econômica.
O ex-líder sindical e atual presidente do maior país sul-americano também pretende impulsionar as relações comerciais entre os dois país. Ele foi recebido calorosamente por Castro no aeroporto de Havana, onde chegou às 16H18 procedente do México, acompanhado de vários ministros e quase cem empresários.
Vestido com o tradicional uniforme verde-oliva, Castro abraçou Lula aos pés da escadaria do avião que o trouxe à ilha e, depois de uma breve troca de palavras e sem cerimônias de protocolo, pegaram um automóvel que os esperava na pista do terminal aéreo.
Os dois chefes de Estado, que mantêm uma relação de amizade de mais de 20 anos, prevêem manter duas reuniões particulares com ''agenda aberta'', mas na qual os temas econômicos, comerciais e os empreendimentos conjuntos ocuparão um lugar privilegiado, segundo porta-vozes diplomáticos brasileiros.
À tarde, Castro e Lula assinaram uma série de acordos nos setores de turismo, exploração de petróleo e colaboração. Também estudaram a reestruturação de uma dívida de 40 milhões de dólares que a ilha mantém com o Brasil, e que possivelmente será abonada através das exportações de produtos cubanos de interesse da nação sul-americana, comentou o embaixador brasileiro em Havana, Tilden Santiago.
Mas a visita de Lula, que se estenderá até a tarde de hoje, tem, além disso, um alto significado político, em especial para o governo comunista de Castro, submetido ao embargo econômico americano há mais de quatro décadas e com divergências enfrentadas atualmente com a União Européia, seu maior aliado comercial.
As expectativas com a visita do presidente brasileiro foram imensas na dissidência cubana. Alguns intelectuais e políticos no exterior pediram a Lula que advogasse pelos direitos humanos na ilha e solicitasse a libertação de centenas de opositores presos.
Em declarações efetuadas na véspera no México, Lula deixou claro que tem ''muitos problemas no Brasil, e nem eu nem nenhum chefe de Estado que se respeite pode chegar a um país ditando regras sobre a política'' interna.