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Feministas e homossexuais farão protestos diante do Papa

06 mai 2007 às 17:33

Em sua visita ao país na próxima semana, o papa Bento XVII será recebido pelas mulheres brasileiras com protestos em diversas cidades. Elas vão se reunir em frente às igrejas matrizes das capitais e na Catedral da Sé, em São Paulo, para manifestar seu descontentamento com o posicionamento conservador da Igreja Católica em relação às mulheres.

De acordo com a socióloga Dulce Xavier, do movimento Católicas pelo Direito de Decidir (referência à posição do grupo em relação ao aborto), elas vão entregar um documento e erguer uma faixa com questionamentos ao papa. Para Xavier, o líder maior da Igreja Católica não reconhece o poder político das mulheres na igreja e na família, delegando a elas apenas a tarefa de ser mãe.


"A visão é sempre a de que as mulheres devem estar a serviço da Igreja, mas não existe a menor perspectiva de ordenar as mulheres, que seria o acesso à palavra, o poder de decisão dentro da igreja", reclama ela, em referência ao fato de as mulheres ainda não poderem exercer o sacerdócio dentro da Igreja Católica.


O Grupo Gay da Bahia (GGB) também vai fazer um protesto no dia 9 de maio, em frente à Catedral de Salvador, na Bahia. O grupo vai distribuir e queimar documentos da igreja que criticam os homossexuais, além de imagens do papa. O local foi escolhido para o protesto porque, segundo o grupo, foi palco de torturas e assassinatos de homossexuais durante o período colonial, quando a Igreja Católica julgava e condenava os "hereges", ou seja, pessoas acusadas de violar dogmas como a heterossexualidade.


O presidente do GGP, Marcelo Cerqueira, diz que o protesto não será apenas contra a discriminação de gays e lésbicas por parte da Igreja Católica, mas também contra outras regras, reiteradas pelo atual papa, como a condenação do divórcio, do uso de da camisinha e da pílula anticoncepcional. "É uma crítica à postura e a favor da liberdade", afirma Cerqueira.


Ele ressalta que será um manifesto pacífico e que o grupo não é contra os católicos, mas contra o papel "conservador" representado pelo papa, "que semeia a discórdia e é culpado por muitos infectados pelo vírus HIV e por muita gravidez indesejada", acusa.

Com informações da Agência Brasil


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