A Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês) anunciou que manterá sua decisão original de não recomendar ações disciplinares contra os policias envolvidos na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes em 2005, depois de fazer uma revisão do caso.
A revisão foi feita a pedido dos advogados da família do brasileiro, que consideraram que o inquérito público realizado no fim do ano passado sobre a morte de Jean Charles tinha trazido à tona novas revelações sobre o caso.
Em dezembro de 2008, esse inquérito foi concluído com um veredicto de "inconclusivo", proferido por um júri popular.
Uma porta-voz da organização Justice for Jean ("Justiça para Jean") afirmou que a decisão do IPCC "zomba das descobertas feitas durante o inquérito".
"A decisão de hoje do IPCC... dá o sinal verde para que policiais ajam com impunidade. A família não está surpresa mas se sente derrotada pelo fato de o IPCC ter ignorado o veredicto narrativo que o júri deu no inquérito de Jean Charles", acrescentou a porta-voz.
Um porta-voz do IPCC, por sua vez, justificou a decisão desta sexta-feira.
"Ao tomar esta decisão, o IPCC analisou cuidadosamente as representações da família (de Jean Charles), a prova identificada por sua própria investigação e todos os procedimentos legais subsequentes."
O eletricista de 27 anos foi morto a tiros dentro de um vagão do metrô de Londres, em 22 de julho de 2005.
Jean Charles levou sete tiros na cabeça após ser confundido pela polícia com um suposto terrorista que havia participado de um ataque frustrado à rede de transportes da capital britânica no dia anterior.
A morte dele desencadeou uma série de inquéritos que investigou as táticas da polícia, a supervisão dos policiais e decisões individuais tomadas no dia de sua morte.
Entre os policiais que poderiam sofrer uma ação disciplinar estão os dois atiradores que dispararam contra Jean Charles e oficiais que estavam no comando da operação em Stockwell.