O presidente americano, George W. Bush, desembarcou nesta quinta-feira (08) à noite em São Paulo, para uma visita de 20 horas que mobilizou uma das maiores operações de segurança e gerou protestos em todo o país.
O avião presidencial Air Force One pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos às 20h05, e Bush desceu acompanhado da primeira-dama, Laura Bush.
Em seguida, saíram do avião a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e a representante de Comércio, Susan Schwab, entre outros membros da comitiva.
Sorridente, o presidente americano acenou para os repórteres.
Na pista, foi recebido pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pelo cônsul-geral americano na cidade, Christopher McMullen, e outras autoridades municipais, além do embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota.
Após os cumprimentos, Bush seguiu, protegido por um forte esquema de segurança, para o hotel onde ficará hospedado no bairro do Morumbi.
Apesar de toda a operação de trânsito e policiamento especial montada em São Paulo para receber o presidente, a rotina do aeroporto de Cumbica parecia pouco alterada com a visita de George W. Bush.
O clima de tranqüilidade em Guarulhos contrastava com o de exaltação que dominava a Avenida Paulista, onde milhares de pessoas se uniram em uma manifestação de repúdio ao presidente dos Estados Unidos.
Iniciada às 15h, a manifestação, que coincidiu com a Marcha Mundial da Mulher, foi durante a maior do tempo pacífica até que, por volta de 18h, horário marcado para começar um ato anti-Bush no MASP, a Polícia Militar começou a jogar bombas de efeito moral e a disparar balas de borracha, causando pânico e correria entre os manifestantes.
Agenda
O presidente americano terá três compromissos em São Paulo nesta sexta-feira: visita ao terminal da Transpetro (a empresa de transporte da Petrobras) em Guarulhos, encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e visita ao projeto social Meninos do Morumbi.
Espera-se que Brasil e Estados Unidos assinem uma parceria no setor de biocombustíveis. No entanto, Bush não deverá retirar a barreira tarifária sobre as importações de etanol, uma reivindicação brasileira.
A viagem de Bush à América Latina foi decidida a partir da percepção da Casa Branca de que era preciso se reaproximar da região, depois do foco total no Oriente Médio a partir de 2001.
Embora a Casa Branca não admita oficialmente, o "fantasma" do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, permeia a viagem do presidente americano.
A crescente influência do presidente venezuelano no continente preocupa Washington.
O Brasil é a primeira parada do roteiro de Bush, que inclui ainda Uruguai, Colômbia, Guatemala e México.
As informações são da BBC Brasil