Londrina

Vítimas farão reconhecimento de acusados de sequestros

25 set 2003 às 19:53

A juíza da 5ª Vara Criminal de Londrina, Oneide Negrão, deu prosseguimento nesta quinta-feira à tomada de depoimentos das testemunhas de acusação no processo que apura o sequestro dos estudantes Celso Garla Filho e Thiago Lunardelli Fonseca, ambos de 18 anos, ocorrido no início de julho deste ano.

Na noite de ontem, a juíza ouviu Thiago e hoje pela manhã foi ouvido o pai do estudante, o comerciante Sérgio Garcia Fonseca. Eles declararam não acreditar no envolvimento do advogado Celso Garla, 60 anos. Pai de uma das vítimas, Garla foi apontado por um dos réus, o também advogado Décio Vanderlei Nogueira, 36 anos, como sendo o mentor do crime.


Na tarde desta sexta-feira, os estudantes farão o reconhecimento dos três acusados presos.


Além de Nogueira e de Garla, outras quatro pessoas foram acusadas de terem participado do crime: Oreles Timph, 46 anos, Claudemir Sandoval, 24 anos, e os irmãos Luciano Ribeiro dos Santos, 21 anos, e Lucinéia Ribeiro dos Santos, 24 anos. Nogueira, Timph e Luciano aguardam presos o andamento da ação. Garla e Lucinéia respondem ao processo em liberdade e Sandoval teve a prisão decretada mas está foragido.


Em seu depoimento, Thiago teria dito que não acreditava no envolvimento de Celso Garla. O estudante também teria contado que quando estavam presos no apartamento de Nogueira, por quatro vezes, o advogado teria dito à Lucinéia se ela não gostaria de ver os estudantes. Ele teria afirmado à juíza que tem condições de reconhecer, pela voz, tanto Nogueira quanto Timph. Thiago revelou ainda que o advogado era chamado pelos demais pelo apelido de ''delegado''.


O pai de Thiago também teria descartado, em juízo, a possibilidade de Garla ter planejado o crime. Sérgio declarou ainda que aceitou transferir o ''QG'' de negociação que estava fixado na residência de Garla para sua residência.


Hoje à tarde, a juíza teria ouvido os policias civis Flávio Fernandes da Silveira e Alziro Festi. Ainda restam outras nove testemunhas para serem ouvidas. Às 16 horas de amanhã, os dois estudantes farão o reconhecimento das vozes dos três acusados que estão presos.

O sequestro ocorreu entre os dias 1º e 5 de julho deste ano. Os dois estudantes foram rendidos por dois homens armados quando chegavam ao campus da faculdade onde estudam, na zona sul de Londrina. Depois de passarem por três cativeiros diferentes - uma mata na zona sul, uma residência em Ibiporã (14 km a leste de Londrina) e o apartamento de Nogueira em Londrina - as vítimas foram libertadas sem o pagamento do resgate exigido de R$ 500 mil.


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