Envolvido em uma polêmica com os sindicatos que organizaram a greve geral da última sexta-feira (28) em Londrina, quando, segundo os organizadores, 15 mil pessoas participaram do ato, o vereador Filipe Barros (PRB) usou o plenário da Câmara Municipal durante a sessão desta terça-feira (2) para afirmar que se "excedeu" na elaboração do vídeo divulgado em suas redes sociais oficiais em que aparece xingando os manifestantes de "vagabundos".
Barros aproveitou para se explicar após as críticas tecidas pelo vereador Vilson Bittencourt (PSB), que relembrou a greve dos bancários de 1951, que durou 69 dias, para justificar a luta dos trabalhadores. "Eu me entristeci com o posicionamento do parlamentar. Não se pode generalizar, não podemos falar que todos são vagabundos. Na minha opinião, todos foram enquadrados no mesmo adjetivo", ressaltou.
Em resposta ao colega de Câmara, Filipe Barros disse "respeitar os posicionamentos contrários" e confessou "ter se equivocado na forma como o vídeo foi feito". No entanto, o vereador não modificiou o discurso ao tratar do conteúdo da mensagem. "As minhas críticas são referentes aos sindicalistas. Fiquei indignado quando recebi informações de trabalhadores que vieram trabalhar a pé por conta da greve. Mas, de uma forma geral, perdi a mão. Eu errei", desculpou-se. O vereador Rony Alves (PTB), que também discursou, reconheceu "a gravidade das acusações", mas aceitou a retratação.
Por conta do vídeo, Barros pode responder por um processo na Comissão de Ética. Os sindicatos, durante reunião realizada no final da tarde desta segunda-feira (2), avisaram que vão protocolar um pedido de investigação da conduta do parlamentar. Segundo os sindicalistas, houve quebra de decoro parlamentar. "Independente do que acontecer na comissão, vou respeitar o prosseguimento das ações. Faz parte do jogo democrático. Porém, vou continuar a defender aquilo que acredito de forma incisiva", comentou.