Londrina

Um ano após chacina, Sesp anuncia instalação de escritório de inteligência em Londrina

30 jan 2017 às 07:08

A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) reconhece que alguns crimes cometidos em Londrina têm sido "motivo de preocupação". Para tentar frear a onda de violência, com assassinatos cometidos com armamento pesado e com características de crime organizado, a Sesp anunciou com exclusividade à FOLHA que o Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep) deve montar um escritório na cidade nas próximas semanas.

Segundo a Sesp, o grupo especializado tem foco no combate ao crime organizado, no trabalho de desmantelar facções criminosas e de coibir crimes de corrupção tanto dentro da polícia quanto em todas as esferas do poder público. Cabe ao Diep o planejamento, execução, coordenação, supervisão e controle das atividades de inteligência de segurança pública no Estado. "É este órgão que planeja e executa ações dirigidas para identificar ameaças reais ou potenciais contra a segurança do cidadão. O departamento também produz conhecimentos que dão subsídios às polícias para coibir a criminalidade", informa a Sesp.


De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, a instalação de unidades do Diep no interior vai permitir que as polícias de diferentes regiões possam cruzar dados com mais facilidade e identificar criminosos que agem no Estado. A Sesp informa também que, paralelamente à atividade de inteligência, já começou a reforçar o trabalho preventivo e ostensivo da Polícia Militar, com a aquisição de viaturas e mais efetivo.


INVESTIGAÇÕES

Sobre os inquéritos abertos para investigar as mortes ocorridas em janeiro de 2016, a Sesp informa que montou uma força-tarefa composta pelas polícias Militar e Civil para, primeiramente, reforçar o trabalho ostensivo nas ruas da cidade e, também, na investigação das mortes – tanto do policial militar quanto dos cidadãos de Londrina.


"O inquérito que investigou a tentativa de homicídio contra um policial militar foi finalizado, o que resultou na prisão de sete pessoas, todas denunciadas em ação penal que tramita na 1ª Vara Criminal de Londrina. Os demais inquéritos ainda não foram concluídos pela complexidade dos casos e também pelo farto material apreendido – que é cuidadosamente periciado e analisado pelos policiais", pontua. A Sesp garante que a Polícia Civil tem "trabalhado exaustivamente para concluir os inquéritos de maneira técnica, responsável e isenta".

CONFRONTOS

Com relação aos confrontos, a Sesp informa que todas as mortes envolvendo troca de tiros entre policiais e criminosos são apuradas, respectivamente, nos âmbitos da Polícia Militar e da Polícia Civil. "São muitas as variáveis e fatores que 'justificam' um confronto armado entre bandidos e polícia. Um deles, a maior ousadia dos criminosos, além da legislação que hoje permite o uso de armas de calibre restrito, o que encoraja o criminoso a investir contra a polícia numa situação iminente de prisão", aponta a pasta.


Continue lendo