Pelo menos 25 sindicatos de trabalhadores de Londrina pretendem paralisar suas categorias no próximo dia 28, em uma greve geral para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária que tramitam no Congresso Nacional. Segundo Marcelo Seabra, presidente da Assuel (sindicato dos servidores administrativos e técnicos da Universidade Estadual de Londrina), a expectativa é de levar 20 mil às ruas.
A manifestação terá concentração na avenida Leste Oeste, na altura do Terminal Urbano, a partir das 10h. Por volta das 12h, sairão em passeata até a Concha Acústica. Um carro de som vai acompanhar o protesto para dar voz aos manifestantes.
De acordo com Seabra, além das 25 categorias que já aderiram, outros sindicatos vão promover assembleias para decidir ou não pela adesão. Os organizadores também convidaram entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho de Pastores e Cúria Metropolitana, que ainda não confirmaram participação.
Seabra afirma que a movimentação dos trabalhadores é uma forma de demonstrar a insatisfação contra as duas propostas do presidente Michel Temer (PMDB), que são lesivas por retirarem direitos. "Nós entendemos que deveria haver uma ampla discussão sobre essas questões e uma auditoria nas contas da Previdência Social, principalmente sobre os grandes devedores e levando em conta todos os aportes que não são estão sendo contabilizados", diz. Ele afirma que, do ponto de vista dos sindicatos, a Previdência é superavitária, "mas o governo apresenta apenas um lado da história para fazer parecer que a reforma é necessária".
O presidente da Assuel disse, ainda, que as ações não vão se encerrar com a manifestação. As categorias devem pressionar os deputados da região "para que votem a favor do trabalhador, que é votar contra as reformas", explicita Seabra. "No caso de Londrina, vamos pressionar os deputados Alex Canziani (PTB) e Luiz Carlos Hauly (PSDB)", conta.
O relatório da comissão especial dos deputados sobre a reforma da previdência foi lida nesta quarta (19) pelo relator Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), com o acordo com a oposição de que o texto só será votado em maio. Já a reforma trabalhista obteve pedido de urgência aprovado nesta quarta, o que acelera a tramitação. A medida prejudica pedidos de vista ou proposição de emendas na comissão que analisa o texto.