Coletores de lixo paralisados desde a noite de segunda-feira (2) e a direção da Kurica Ambiental, empresa responsável pela destinação dos resíduos orgânicos e rejeitos em Londrina, não entraram em acordo na manhã desta terça (3) e os serviços seguem suspensos. A categoria decidiu por conta própria parar os trabalhos em protesto à demissão de um motorista do turno noturno. A empresa reclama que a paralisação não tem respaldo jurídico.
Nesta terça, Londrina amanheceu com lixo em várias partes, incluindo a região central. Os coletores reuniram-se na noite de segunda e decidiram parar os trabalhos, em protesto à demissão de um colega de trabalho e à suposta inadequação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e desgastes dos veículos – apesar de os caminhões serem novos, os baús não seriam e causariam problemas, afirmam os manifestantes.
Eles exigem a reintegração do trabalhador. Izabel Aparecida de Souza, presidente do Siemaco (sindicato da categoria), admite que a decisão dos trabalhadores foi tomada sem notificar a entidade representativa ou a empresa.
Camilo Viana, do departamento jurídico da Kurica Ambiental, disse que a empresa foi surpreendida pela paralisação e pelas alegações de condições inadequadas de trabalho. "Isso não procede. Toda a frota é nova, usamos uma infraestrutura própria para atender a este contrato público e somos fiscalizados pela CMTU diuturnamente", disse. Para ele, a empresa torna-se refém dos funcionários, que não admitem demissões de colegas de trabalho. "Não podemos mandar ninguém embora para colocar alguém mais qualificado que somos surpreendidos por essas paralisações."
Ele também afirmou que a paralisação não tem respaldo jurídico, porque não houve comunicação antecipada, "mesmo com dois representantes do sindicato entre os colaboradores." A Kurica segue em negociação para encerrar o movimento dos trabalhadores.
(Com informações do repórter Vitor Ogawa, do Grupo Folha)