O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) confirmou para esta quinta-feira o Dia Municipal do Pula-Catraca, protesto contra o reajuste da tarifa do ônibus, de R$1,35 para R$1,60.
A data terá até inauguração simbólica, por volta das 8 horas, quando os estudantes universitários devem se concentrar em frente ao Terminal Urbano. ''Iremos cortar uma fita para marcar o dia'', disse, nesta quarta, Fábio Rizza de Oliveira, um dos coordenadores do DCE.
O estudante afirmou que o protesto já recebeu adesão de secundaristas e de várias entidades, principalmente associações de bairro, e que os integrantes do Diretório devem estar durante todo o dia por diversos pontos da cidade tentando convencer pessoas a participar da manifestação.
O delegado Marcos Belinati, do 1º Distrito Policial (DP), reafirmou que a Polícia Civil irá infiltrar agentes à paisana entre os manifestantes, para que os responsáveis por eventuais tumultos sejam identificados mais rapidamente.
O comando do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) já havia informado anteriormente que só determinará as ações a serem tomadas no momento da manifestação. As direções da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e da Francovig também já instruíram seus motoristas para que desliguem o motor dos ônibus caso seus veículos sejam alvo dos manifestantes.
Os promotores de Defesa dos Direitos do Consumidor, Miguel Jorge Sogaiar e Eduardo Matni, ingressaram hoje com agravo de instrumento no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. O pedido de liminar é idêntico ao da ação civil pública indeferida pelo juiz substituto Álvaro Rodrigues Júnior no último dia 13, que requeria o revogamento do reajuste do passe, a devolução das diferenças em dobro aos usuários e multa diária de R$ 5 mil aos órgãos que não obedecessem às disposições da liminar.
''O próprio juiz disse que reajustes de tarifas públicas podem ser concedidas pelo poder público em intervalo inferior a um ano apenas sob demonstração de desequilíbrio financeiro das empresas concessionárias. No caso dos ônibus, não houve essa demonstração. Foi apresentada apenas a planilha, quando seria necessário um procedimento administrativo, que apurasse a situação dentro das empresas'', argumentou Sogaiar.
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Wilson Sella, respondeu que a planilha é suficiente para demonstrar o desequilíbrio financeiro. ''Todos os números do sistema de transporte coletivo estão lá''.
Nesta quinta-feira, Belinati deve ouvir o chefe da equipe médica que atendeu Anderson Amaurílio da Silva, 21 anos, que morreu - depois de ficar 11 dias na UTI - em consequência do atropelamento por um ônibus durante o protesto no Terminal no dia 13 de junho. Belinati deveria ter ouvido nesta quarta um jovem de 16 anos que teria apedrejado dois ônibus da TCGL durante o protesto, mas o depoimento foi adiado para sexta-feira.